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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva classificou como 'irresponsável' a atitude dos controladores de vôo que se aquartelaram na sede do Cindacta-1 na última sexta-feira e decretaram greve, que resultou na paralisação dos 49 aeroportos do Brasil.

A declaração de Lula foi feita na manhã desta segunda-feira (2), no programa 'Café com o Presidente', veiculado pela Radiobrás. O presidente disse ainda que fará uma reunião ainda hoje com assessores para encontrar uma 'solução definitiva' para a crise.

"(Acho) grave e irresponsável (a paralisação de) pessoas que têm funções essenciais, pois estamos lidando com gente e não com máquina", disse Lula, ao ser indagado sobre o que achava da atitude dos controladores.

No sábado, quando ainda se encontrava nos Estados Unidos, o presidente já havia criticado os controladores. De forma mais amena, Lula disse que que os controladores "precisam ter mais responsablidade".

Na manhã desta segunda-feira, Lula afirmou que quando liderava greves dos metalúrgicos na região do ABC, em São Paulo, nos anos 70 sempre ficava definido que setores essenciais da empresa "não iriam parar".

"Se quiserem prejudicar o governo, que prejudiquem. Mas não podem prejudicar as pessoas", disse o presidente, insinuando que houve viés político na paralisação dos controladores.

Encontro com Bush

No programa, o presidente falou também sobre o encontro que teve no último sábado com o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, em Camp David.

Segundo Lula, após estreitar os laços com países como a China e a Índia, chegou a hora do Brasil estreitar a relação com os Estados Unidos, principalmente na questão dos biocombustíveis.

Lula disse negou que tenha voltado para o Brasil de 'sem nada', como havia dito na entrevista coletiva do último sábado, e que sentiu muita disposição do presidente americano em relação aos acordos no setor bioenergético.

"Esta parceria estratégica com os Estados Unidos combina com o grau de desenvolvimento que o país quer", disse Lula, que ressaltou que os biocombustíveis podem ser a "alavanca" dos países pobres da Ásia e da África.

O presidente brasileiro afirmou que houve avanços também na negociação dos acordos entre os dois países na Organização Mundial do Comércio e sobre a rodada de Doha.

"Com o acordo de Doha estaremos dando um avanço extraordinário para os países mais pobres darem um salto no século XXI", disse Lula, que pretende ligar para o primeiro ministro da Grâ Bretanha, Tony Blair, e para a chanceler da Alemana, Angela Merkel, para falar sobre a conversa que teve com Bush.

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