Lula diz que não acredita em pressão do PMDB para governo salvar Renan

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que concedeu entrevista coletiva na manhã desta quinta-feira a emissoras de rádio, disse que não acredita em pressões do PMDB para que o governo salve o mandato do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Lula afirmou que a votação do caso, que acontece na próxima semana, é uma questão do Congresso, e que acha pouco provável que o desfecho possa interferir nas votações de interesse do governo, como a prorrogação da CPMF.

- Uma coisa são os problemas do Brasil e outra é um problema de um político e de um partido. Não vejo possibilidade de o Renan ou o PMDB misturar o que precisa ser votado com o que está em discussão no Congresso - disse Lula.

Na quarta-feira, O Conselho de Ética do Senado aprovou processo de cassação contra Renan, por 11 votos a cinco. Logo após a decisão, os aliados do peemedebista passaram a calcular qual será sua força no plenário da Casa , que dará - por voto secreto - a última palavra sobre a perda do mandato por quebra de decoro. Sobre o caso, Lula ainda ressaltou que é importante garantir, na democracia, o direito à defesa. Segundo ele, no Brasil, as pessoas são condenadas antes de julgadas.

Renan diz que não se afasta

Ao chegar ao Congresso nesta quinta-feira, Renan procurou demonstrar confiança e disse que não se afastará do cargo. Ele negou que esteja negociando esta hipótese com outros partidos políticos e disse que cumprirá agenda oficial normalmente até a votação na próxima semana. Renan também disse que os senadores que estão acompanhando o caso sabem de sua inocência e que não vai permitir pressão sobre eles.

- Eles vão julgar apenas nas provas, eu não vou permitir pressão sober qualquer pessoa - disse Renan.

Lula, Renan e o mensalão

Numa referência ao julgamento do mensalão, pelo Supremo Tribunal Federal (STF), Lula dsse que é preciso esperar a conclusão do processo para condenar ou inocentar Renan.

- Temos que seguir os procedimentos que mandam a Constituição. No caso do mensalão, aconteceu tudo dentro do prazo. Até agora não tem nenhum culpado e nenhum inocente. No caso do Renan é a mesma coisa, existe uma acusação, foram apresentadas provas, e tem uma investigação contra ele. Agora vai para o Plenário. Terminado tudo isso, pode ir para a Justiça. Este é o procedimento e não pode ser diferente - disse Lula.

- É bom que seja garantido o direito às pessoas, tanto o direito do acusador, quanto o direito daquele que vai se defender. O que nós queremos é que tenha agilidade nesse processo, que haja justiça para que efetivamente se separe o joio do trigo - completou.