Com o resultado das urnas nas mãos, o presidente nacional do PDT Carlos Lupi, pretende acelerar a discussão com outras legendas com intuito de incorporá-las ao partido. Em entrevista nesta quarta-feira (29), o dirigente afirmou que poderá se juntar a outras legendas desde que não perca a sigla do PDT. Em razão disso, ele descartou a possibilidade de fusão, processo em que dois ou mais partidos se unem para formar um novo, com outro nome.

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"Estamos abertos a qualquer força política que tenha uma linha de pensamento parecida com a nossa, mas deixando claro que não há hipótese de o PDT abrir mão da sua insígnia e da sua história", afirmou.

Segundo ele, há conversas com outras três legendas "menores". Lupi não quis, entretanto, indicar os nomes delas "para não atrapalhar o processo de negociação". "Tivemos pouco antes do processo eleitoral algumas conversas com partidos que têm uma linha de pensamento próxima da gente. Com o processo eleitoral, parou e não teve uma movimentação concreta. Mas, provavelmente entre o final deste ano e início do próximo, vou retomar essas conversas", ressaltou.

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Paralelo ao processo de incorporação, Lupi diz que o partido, que elegeu 19 deputados e quatro senadores, tem discutido a composição de blocos no Congresso. O objetivo é ampliar a bancada para até 40 deputados federais e disputar cargos estratégicos como presidência de comissão e relatoria de projetos.

Febre temporal

Integrante da base aliada da presidente Dilma Rousseff, Carlos Lupi minimizou a derrota sofrida pela petista no Congresso Nacional, dois dias após a reeleição dela nas urnas. Na sessão de ontem à noite, a maioria dos deputados votou pela derrubada do decreto presidencial que previa a criação da Política Nacional de Participação Social, uma das principais bandeiras do governo neste ano.

"Essa questão de resultado eleitoral dura o tempo de uma febre temporal. Ainda estamos no calor de uma disputa acirrada com muitas feridas para serem cicatrizadas. E nessa hora, os parlamentares que perderam a eleição sempre têm que buscar um culpado e se vingam votando contra as iniciativas do governo. Penso que a presidente deu uma sinalização muito importante para a sociedade dizendo que quer fazer um governo de conciliação", ressaltou.

Para o dirigente, o desdobramento das investigações em torno dos possíveis desvios na Petrobras também não devem "contaminar" o início do novo governo Dilma. "Acho que não, porque não é um tema novo. Já foi bastante explorado na eleição", afirmou Lupi.

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Segundo ele, caso haja necessidade da criação de uma nova CPI, o partido ajudará na coleta de assinaturas necessárias. "Temos que investigar e aqueles que cometeram erros, corrupção, têm que ser punidos exemplarmente. Mas acredito que toda denúncia tem que ser primeiro apurada. Acho que a gente está vivendo hoje um momento que me deixa um pouco perplexo. Pessoas pegam uma denúncia e a transformam num fato real. Qualquer denúncia que aparece hoje, em qualquer veiculo de comunicação, passa a ser um veredicto e não é".