Dilma Rousseff teve o mandato marcado pela Copa do Mundo, realizada em junho de 2014, e os preparativos para a Olimpíada do Rio de Janeiro, que ocorrerá em agosto deste ano. Nas duas competições, bancadas pelo governo federal, a má gestão levou o Brasil da esperança à frustração.
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O país ganhou o direito de receber os dois eventos esportivos mais importantes do planeta ainda no governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Candidato único para o Mundial, foi confirmado pela Fifa em outubro de 2007. E em 2009 superou os Estados Unidos, com Chicago, na concorrência olímpica.
O estilo Dilma de governar a afundou politicamente
Leia a matéria completaEm ambos os momentos, o Brasil desfrutava de avanços na economia e inclusão social. A Copa e a Olimpíada serviriam para propagandear ao mundo a imagem de uma nação gigante em ascensão e, principalmente, representariam um salto inigualável em infraestrutura.
O plano do governo sucumbiu já na preparação para o torneio de futebol. As obras conviveram com atrasos que chegaram a ameaçar a participação de algumas sedes – caso de Curitiba e da Arena da Baixada, do Atlético, por exemplo. E o orçamento dos estádios, financiados na maioria por dinheiro público, explodiu.
Ao todo, foram gastos R$ 8,3 bilhões apenas com as praças esportivas para o evento. Em 2010, a previsão do Ministério do Esporte foi de R$ 5,3 bilhões – ou seja, as arenas saíram R$ 3 bilhões mais caras. Somente 7% do investimento, R$ 611 milhões, partiu da iniciativa privada.
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“Ao trazer os megaeventos, o governo se preocupou com o esporte espetáculo, e não o esporte educação. Deixou de lado a formação de base, a preocupação com os jovens, não conseguiu envolver a população. Pensou apenas no aspecto material, e não no humano”, analisa José Cruz, especialista em política esportiva.
Para piorar, ao menos oito estádios são hoje deficitários. Casos do Estádio Nacional (Brasília), Arena Pantanal (Cuiabá), Arena Amazônia (Manaus), Maracanã (Rio de Janeiro), Arena das Dunas (Natal), Arena Pernambuco (Recife), Fonte Nova (Salvador) e Castelão (Fortaleza).
O legado de infraestrutura, ao custo de cerca R$ 18,8 bilhões, também ficou aquém do prometido, assim como o impulso na economia. Nas duas vezes em que compareceu aos jogos, na abertura entre Brasil e Croácia, e na final entre Alemanha e Argentina, a presidente Dilma foi vaiada e xingada pelo público.
Dentro de campo, a Copa do Mundo ainda será lembrada pelo maior vexame da história da seleção brasileira. A equipe amarela caiu nas semifinais, humilhada pela futura campeã Alemanha por 7 a 1. De tudo, restou somente o sucesso de público.
“O que poderia ser uma estratégia para o país mudar de patamar acabou sendo uma oportunidade jogada no lixo. Quase todos os estádios estão envolvidos com empresas da Lava Jato, em casos de corrupção. O governo errou de todos os lados”, comenta Amir Sommogi, especialista em gestão esportiva.
‘Pátria educadora’ de Dilma ficou apenas na boa intenção
Leia a matéria completaInsucesso político e econômico que espreita a passagem da Olimpíada pelo Rio de Janeiro – a cerimônia de abertura ocorre dia 5 de agosto. Do orçamento de R$ 28,8 bilhões (em cifras da época da candidatura), o custo do evento já bateu em R$ 39 bilhões, segundo uma atualização oficial de janeiro.
O valor compreende três frentes de atuação. A construção das instalações olímpicas, que devem ficar prontas a tempo, consumirá R$ 7,07 bilhões. O legado para a cidade carioca, por sua vez, custará R$ 24,6 bilhões e o Comitê Rio-2016, R$ 7,4 bilhões. Números divididos entre o governo federal, o estado e o município do Rio de Janeiro.
Cenário de gastos elevados, e dúvidas sobre o aproveitamento, que ganha contornos mais preocupantes diante da situação atual do país. A crise econômica que se desenhava na Copa do Mundo se confirmou e os competidores de 204 países encontrarão um Brasil também em ebulição institucional.
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