O Boletim Administrativo de Pessoal do Senado desta segunda-feira (20) trouxe mais nove exonerações de servidores devido à proibição do nepotismo nos três poderes determinada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Outros dois diretores da Casa resolveram deixar os seus cargos para manter parentes que trabalham no Senado.

CARREGANDO :)

Duas servidoras que tiveram as exonerações publicadas nesta segunda-feira são parentes do senador Epitácio Cafeteira (PTB-MA). Ele chegou a fazer uma consulta à Mesa Diretora do Senado questionando se parentes nomeados antes de sua posse precisavam ser demitidas. A Mesa decidiu que parentes nesta situação poderiam ser mantidos nos cargos, mas mesmo assim o boletim traz a exoneração da filha e da cunhada do senador.

As outras sete demissões são de parentes de funcionários que ocupam cargo de chefia em comissões ou na diretoria do Senado. Em alguns casos, a exoneração foi realizada diretamente pela Diretoria Geral do Senado, sem passar pelo gabinete em que o funcionário estava lotado.

Publicidade

DiretoresOutros dois funcionários com cargo de confiança preferiram deixar suas funções para manter parentes empregadas no Senado. Valdeque Vaz de Souza está deixando a função de secretário de Coordenação e Execução da Diretoria Geral do Senado, enquanto Sônia de Andrade Peixoto abandona o cargo de diretora da Subsecretaria de Finanças. Como são concursados no Senado, eles continuam trabalhando na Casa, mas sem a função de chefia.

O presidente do Senado, Garibaldi Alves (PMDB-RN), nega que a saída dos diretores possa significar descumprimento à decisão do STF, uma vez que os parentes foram nomeados enquanto os servidores ocupavam os cargos de chefia.

Garibaldi lembrou que a Casa fez uma consulta ao procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, sobre a decisão da Mesa Diretora acerca do nepotismo. O Senado decidiu que não é necessária a demissão de parentes nomeados antes da posse dos senadores ou da ascensão a cargos de chefia de servidores. Garibaldi admite, no entanto, que pode rever a decisão caso o procurador encontre irregularidades.

"A opinião dele é decisiva. Pretendo fazer com que a decisão do procurador possa ser adotada pelo Senado para não termos uma reclamação sendo julgada no Supremo, o que seria um constrangimento entre os poderes", disse o presidente do Senado.

Desde a edição da súmula do STF em 29 de agosto, 45 parentes de senadores e 18 familiares de diretores e funcionários com cargo de chefia na Casa foram demitidos. Sete diretores e servidores com cargo de chefia optaram por se afastar dos cargos para manter o emprego dos parentes.

Publicidade