O grupo de manifestantes que ocupava o plenário da Câmara Legilativa do DF desde a quarta-feira (2) deixou o local durante a madrugada desta terça-feira (8) e agora ocupa somente a área de galerias e corredores do prédio. Eles decidiram deixar o plenário depois de uma assembleia.
Uma sessão extraordinária de deputados deve acontecer por volta das 10h desta manhã para analisar pedidos de impeachment contra o governador José Roberto Arruda (DEM), que está no centro de denúncias de corrupção no governo do Distrito Federal. Os manifestantes diziam que só deixariam o local após o governador ser tirado do cargo.
Liminar
A juíza Júnia de Souza Antunes, que deu a liminar de reintegração de posse da Câmara Legislativa do Distrito Federal, intimou na noite desta segunda-feira (7) o secretário de Segurança Pública do DF, Valmir Lemos de Oliveira, a cumprir "imediatamente" a decisão e desocupar o local em 24 horas ou seja, até por volta das 19 horas desta terça (8).
Caso ele não cumpra a decisão, além de o secretário incorrer em crime de desobediência, a juíza substituta do Tribunal de Justiça do DF ordena a intimação do superintendente da Polícia Federal para que execute a ordem.
Na segunda, a Câmara dedistiu de desocupar a força o plenário da Câmara devido ao baixo número de policiais destacados a operação - 12 no total. Pelo menos 80 manifestantes ocupam o plenário da Casa.
A Câmara foi ocupada por manifestantes desde a última quarta-feira (2). Nesta segunda, cerca de 30 manifestantes conseguiram violar determinação judicial que proibia a entrada de pessoas na Câmara e se juntaram aos demais manifestantes no plenário.
Segundo o tenente-coronel Cláudio Armond, que comanda as operações da Polícia Militar no Legislativo do Distrito Federal, além do baixo efetivo, também não havia um planejamento para a retirada dos manifestantes. "Com o efetivo de 12 [policiais] eu não vou tirar [os manifestantes]. Eu teria que usar força desnecessária", afirmou Armond.
Os oficiais de Justiça com o mandado de reintegração de posse saíram da Câmara por volta das 18h. A reintegração só é possível com a presença deles.
Batizado de "Mensalão do DEM de Brasília", o escândalo começou no dia 27 de novembro, quando a Polícia Federal deflagrou a operação Caixa de Pandora. No inquérito, o governador José Roberto Arruda é apontado como o comandante de um esquema de distribuição de propina a deputados distritais aliados, empresários e membros do governo.
Arruda já foi alvo de 11 pedidos de impeachment, o último deles protocolado nesta segunda-feira pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) no Distrito Federal. Dois pedidos já foram aceitos pela Procuradoria da Câmara Legislativa do DF, seis foram rejeitados e os demais ainda não foram analisados.