Invasões ao plenário já ocorreram em outros momentos
A invasão do plenário da Assembleia Legislativa, ontem, não foi a primeira provocada por projetos polêmicos enviados à Casa pelo governador Beto Richa (PSDB).
Em dezembro de 2012, quando a Assembleia era presidida por Valdir Rossoni (PSDB), o projeto que permitia ao governo terceirizar serviços públicos por meio de Organizações Sociais (OSs) provocou a mesma reação de manifestantes.
A crítica era quanto à pressa do governo em aprovar a proposta sem discutir com a sociedade. Os manifestantes exigiam a realização de audiências públicas.
No momento da invasão houve confronto com os seguranças, que chegaram a usar armas de choque para dispersar os manifestantes. A sessão teve de ser interrompida e os deputados chegaram a se reunir no plenarinho para despistar os revoltosos. A estratégia deu certo, o plenário foi desocupado e o projeto aprovado.
Professores
Em novembro do ano passado não houve invasão. Mas a decisão de Rossoni de retirar das galerias professores que protestavam contra o projeto que prorrogava em um ano até o final de 2015 o mandato dos atuais diretores das escolas estaduais terminou em confronto entre educadores e seguranças.
Diários Secretos
Em abril de 2010, após a série Diários Secretos, da Gazeta do Povo e da RPC TV, que revelou um esquema de desvio de dinheiro por meio de funcionários fantasmas na Assembleia, o prédio foi invadido por cerca de 600 manifestantes que cobravam o afastamento do então presidente Nelson Justus (DEM).
Copel
Outro episódio tenso na Assembleia Legislativa foi a tentativa do ex-governador Jaime Lerner (então no PFL) de privatizar a Copel. Em agosto de 2001, após o anúncio da decisão do governo, um projeto de iniciativa popular que tentava impedir a venda foi apresentado na Casa. Ao saber que seriam derrotados, manifestantes invadiram o plenário. Houve quebra-quebra, agressões e depredação da Assembleia. Com a sessão retomada no dia seguinte, o governo saiu vitorioso por apenas um voto. Porém, a retração econômica provocada pelo atentado ao World Trade Center, nos Estados Unidos, em 11 de setembro, impediu o leilão da Copel.
Paulo Galvez da Silva, especial para a Gazeta do Povo
A votação do "pacotaço" do governo estadual com medidas impopulares ao funcionalismo público foi interrompida na tarde de ontem na Assembleia Legislativa e não há previsão de quando ela será retomada. Servidores estaduais contrários às propostas do governo invadiram o plenário da Assembleia após os deputados aprovarem a formação de uma comissão geral para votar os projetos, o chamado "tratoraço". Apesar de alguns itens do mobiliário da Assembleia terem sido quebrados na ocupação, não houve confronto com a polícia.
Vídeo: veja como foi a invasão na Assembleia
Confira galeria de fotos do protesto e da sessão de votação do "pacotaço"
Veja o passo a passo da sessão na Assembleia
Até o fechamento desta edição, os manifestantes ocupavam o plenário e pretendiam passar a noite no local. Uma reunião de líderes estava marcada para as 10h de hoje. O presidente Ademar Traiano (PSDB) informou que a ideia é retomar a sessão nesta tarde, o que dependerá da liberação do plenário. Os manifestantes comunicaram que só vão sair se o projeto for retirado de pauta.
O Executivo previa dificuldades na aprovação do "pacotaço", e o líder do governo, Luiz Claudio Romanelli (PMDB), apresentou um substitutivo alterando alguns pontos polêmicos. Entre os pontos que foram retirados estão o fim do quinquênio e anuênio e propostas que dificultavam que professores tirassem licenças e se ausentassem das salas de aula por motivos de saúde.
Entretanto, o artigo que permitia que o governo usasse recursos da Paranaprevidência, que banca as aposentadorias dos servidores do estado uma poupança de cerca de R$ 8 bilhões , foi mantido. Pela proposta, o governo poderá retirar R$ 250 milhões do fundo por mês. Este era um dos pontos questionados por servidores, que temem que a medida acarrete na falência do fundo.
Sessão tensa
A sessão foi tensa desde o princípio. Cerca de 300 manifestantes ocupavam as galerias do plenário, pedindo que os projetos fossem rejeitados pelos deputados. Do lado de fora, milhares de servidores, a maioria deles professores, acompanhavam a sessão.
Antes de discutir o projeto, os deputados precisavam aprovar um requerimento que transformava a sessão ordinária em comissão geral o "tratoraço". Os projetos foram apresentados na semana passada e não foram discutidos pelas comissões permanentes da Assembleia, que nem sequer foram formadas nesta nova legislatura. Logo, só estariam aptos para debate em plenário neste regime de votação.
Por volta das 17h50, o requerimento pedindo a transformação do plenário em comissão geral foi votado pelos deputados. A proposta foi aprovada por 34 votos a 19 um indicativo de que os deputados pretendem aprovar a proposta do governador Beto Richa (PSDB). Assim que os deputados tomaram essa decisão, os manifestantes que estavam do lado de fora derrubaram o portão e invadiram o prédio da Assembleia.
Durante a invasão, os manifestantes arrombaram uma porta e quebraram os vidros da sala de imprensa, que fica atrás do plenário. Também foram danificados equipamentos da TV Sinal, a tevê interna, e o painel de votação. Não houve confronto com os policiais. Após a ocupação, os servidores limparam o plenário.
Assim que foi comunicado da invasão, Ademar Traiano determinou a suspensão da sessão. Minutos depois, os manifestantes já ocupavam o plenário. Os deputados da base aliada se refugiaram em uma sala no mesmo prédio, e foram escoltados pela polícia até o prédio onde ficam os gabinetes.
Símbolo da autonomia do BC, Campos Neto se despede com expectativa de aceleração nos juros
Após críticas, Randolfe retira projeto para barrar avanço da direita no Senado em 2026
Lula não passa presidência para Alckmin e ministros assumem tratativas no Congresso; assista ao Entrelinhas
São Paulo aprova isenção de IPVA para carros híbridos; elétricos ficam de fora