Por volta das 9 horas deste domingo (17), centenas de pessoas favoráveis ao impeachment da presidente Dilma Rousseff já seguiam para o gramado em frente ao Congresso Nacional, em Brasília. Dividido em duas áreas por chapas de aço, o espaço deve estar totalmente ocupado até as 14 horas, quando está previsto o início da votação do processo de impeachment pelos deputados federais.
Vídeo: manifestantes pró-Dilma percorrem as ruas de Brasília
Os manifestantes pró-impeachment ocupam a área que inicia a partir da cúpula convexa do prédio do Legislativo, onde fica o plenário da Câmara dos Deputados. Do outro lado, na linha que segue a partir da cúpula côncava, onde está o Senado Federal, estarão concentrados os manifestantes contrários à destituição da presidente do PT. Eles devem chegar logo no início da tarde.
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Representantes dos dois grupos já estavam acampados em outros pontos de Brasília desde o começo da semana. Favoráveis ao impeachment montaram uma estrutura de apoio no Parque da Cidade Sarah Kubitschek, uma grande área de lazer paralela à Asa Sul de Brasília. Movimentos sociais contrários ao impeachment acamparam no estacionamento do estádio Mané Garrincha, ao lado da Torre de TV, centro da cidade. De acordo com a Central Única dos Trabalhadores (CUT), uma das organizadoras do “QG”, mais de 5 mil pessoas estavam acampadas lá.
Primeiro ato
No final da tarde de sábado (16), o grupo contrário ao impeachment fez o primeiro ato em frente ao Congresso Nacional. Eles seguiram a pé do estádio até o prédio do Legislativo, em um percurso de mais de 4 quilômetros. Quando estavam entrando na Esplanada dos Ministérios tiveram que enfrentar mais de cinco cordões de policiais que faziam a revista de bolsas e mochilas. Os índios presentes na manifestação não puderam passar com seus adereços pelas barreiras policiais e desistiram de avançar até o Congresso Nacional.
O deputado federal Paulo Pimenta (PT) foi o único parlamentar a participar da manifestação. Enquanto discursava em cima de um caminhão de som, do outro lado do “muro” um dos organizadores do grupo pró-impeachment “puxava” uma oração, também em cima do caminhão de som.
Ao longo do trajeto entre o estádio e o Congresso Nacional, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), foi o principal alvo dos manifestantes, que pediram a saída do aliado do vice-presidente da República Michel Temer, que é quem assume o Executivo se a presidente Dilma sofrer o impeachment. Nos gritos de ordem durante o percurso, Cunha foi chamado de “ladrão” e articulador do “golpe contra a Nação”.
Presente na manifestação, a auxiliar de serviços gerais Francinete Pinheiros dos Santos, de 43 anos, disse que participava do protesto porque estava “indignada com o massacre que estão fazendo contra a presidente Dilma”. “Não estamos vivendo em uma democracia. É um jogo político entre eles. O problema do Brasil não é a Dilma. A gente pode não ser formada, mas sou informada das coisas. Isso é um massacre contra uma pessoa que não é corrupta”, afirmou ela.
Francinete disse ainda que reconhece erros do PT e que “não tapo o sol com a peneira”. Ela avalia, por exemplo, que o grande erro do governo Dilma foi a composição ministerial definida no começo do seu segundo mandato. “Escolheu mal”, critica ela. Questionada sobre qual resultado esperava do processo de impeachment neste domingo, ela disse estar “temerosa”. “Por causa do PT eu pude ter a minha casa. Peço a Deus que se faça Justiça. Se ela sair, eu não sei o que vai acontecer, não sei mesmo”, conclui ela.
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