A Executiva Nacional do Partido Verde (PV) formaliza na manhã deste domingo (30), em um grande encontro na capital paulista, a filiação da senadora Marina Silva (AC). O evento marcará ainda a entrada da ex-ministra do Meio Ambiente - que deixou na semana passada o PT depois de 30 anos de militância - na corrida à sucessão ao Palácio do Planalto em 2010. Além de Marina, o PV anuncia também neste domingo a adesão do psiquiatra e autor de best-sellers Augusto Cury na vida pública. "Ele tem ideias novas e pode contribuir com os novos planos da sigla para 2010", afirmou o presidente nacional do PV, José Luiz Penna, em entrevista à Agência Estado.
Para os dirigentes do PV, o encontro deste domigno marca ainda o início de um processo de reformulação ideológica do partido rumo às eleições do ano que vem. A legenda, que em uma trajetória de 23 anos viveu à sombra de celebridades, como o ex-ministro da Cultura Gilberto Gil (BA) e o deputado federal Fernando Gabeira (RJ), busca consolidar uma identidade em prol do desenvolvimento sustentável e contrária ao fisiologismo.
Para tanto, será formalizada neste domingo uma equipe de 20 dirigentes, além de Marina Silva, para estruturar nos próximos dias um projeto de refundação do programa da legenda, "defasado no tocante ambiental", segundo Alfredo Sirkis (RJ), fundador da sigla e vereador.
A criação de um comitê de reformulação do programa foi condição imposta por Marina Silva para que ela se filiasse ao PV. A ex-petista tem conhecimento de que a sigla precisa atualizar as suas bandeiras, defendendo novas questões ambientais, e encontrar uma coerência na articulação de apoios nas esferas estadual e federal. Em São Paulo e no Rio de Janeiro, por exemplo, o PV é aliado ao DEM e ao PSDB, partidos que fazem oposição ao governo federal. Contudo, no plano nacional, a sigla faz parte da base aliada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Vamos sentar e discutir o novo rosto do partido. Para isso, vamos contar com a ajuda de políticos e intelectuais", informou Penna.
O presidente da legenda também antecipou que a equipe será formada por 11 membros da Executiva do PV e nove aliados de Marina, que provavelmente devem se filiar à sigla amanhã. Entre eles, estão o ex-secretário-executivo do Ministério do Meio Ambiente João Paulo Capobianco, o ex-presidente do Ibama Basileu Margarido, o diretor executivo do Greenpeace no Brasil, Roberto Kishinami, o ex-deputado federal petista Luciano Zica (SP) e o ambientalista Carlos Novaes. "É um grupo em consonância com as novas demandas ambientais", elogiou Penna.
A previsão das lideranças do PV é que o novo programa fique pronto até o início do ano que vem para que, em junho de 2010, Marina Silva seja lançada como candidata do partido à Presidência da República. Durante o período de discussões, no entanto, a sigla não deve interromper a articulação de apoios que deem envergadura eleitoral à ex-ministra do Meio Ambiente em 2010. O partido já fala em diálogos com o PSB, PPS, PSOL e PDT. "Vamos articular com outros partidos. Só com alianças se vence uma eleição", disse Penna.
Outra estratégia adotada pelo PV nas últimas semanas é o convite para que celebridades e políticos com força nas urnas integrem os quadros da sigla. Nomes como o do senador Flávio Arns (que desligou-se do PT, descontente com o arquivamento das ações contra o presidente do Senado, José Sarney -PMDB/AP), do ex-delegado da Polícia Federal (PF) Protógenes Queiroz e do escritor Paulo Coelho já foram sondados pela sigla.
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