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Movimentos nacionais que fortaleceram as manifestações pré-impeachment entre 2015 e 2016 podem não seguir mais tão unidos nos próximos protestos. Na promessa de mais um grande evento para o próximo dia 26 de março, Movimento Brasil Livre (MBL) e Vem Pra Rua (VPR) sairão às ruas com pautas que têm pontos em comum, mas que jogam parte de seus anseios para lados diferentes.

O MBL pretende levar para as ruas questões como o fim do estatuto do desarmamento e manutenção da militarização da polícia. Nenhuma dessas pautas estará no grito do Vem Pra Rua, que não disse ser contra, mas afirmou que nenhum dos assuntos está nos pilares originais do movimento.

“Nós estamos indo para as ruas especificamente por causa dos nossos pilares originais, que é o combate à corrupção, apoio à Lava Jato e a renovação política”, declarou Adelaide de Oliveira, coordenadora nacional do Vem Pra Rua. “Quanto ao fim do estatuto do desarmamento, nunca discutimos o assunto internamente e não vamos brigar por isso”, acrescentou.

O assunto gerou uma onda de comentários no Facebook do VPR. Por um lado, seguidores pedindo para o Vem Pra Rua não perder o foco da atividade principal, que é combater a corrupção. Por outro, questionamentos de por que o grupo não se apropria da questão, rejeitada no próprio post: “Isso não está na nossa pauta! Nunca esteve”, respondeu o movimento.

Apesar disso, a coordenadora, que também afirmou que o Vem Pra Rua não vai assumir a pauta contra o fim da Polícia Militar, disse que questões divergentes não devem afetar a manifestação conjunta entre VPR e MBL, até porque durante os protestos os grupos sempre ficam em caminhões separados e com organizações distintas. “Existe convergência de pontos, mas que não chegam a gerar um conflito”, analisa Adelaide.

Já Tiago Pavinatto, coordenador nacional do MBL, afirma que o movimento está ciente de um possível conflito ideológico que os dois grupos podem enfrentar, mas também acredita que as divergências não serão suficientes para inviabilizar um protesto em conjunto.

Pavinatto explicou que a decisão de incluir estas pautas na lista de assuntos que o movimento já defende foi para evitar uma “pauta aberta demais”. “A questão é que eu sou do MBL porque o MBL tem coragem de dizer que não dá para ter uma polícia desmilitarizada e de afirmar que o estatuto do desarmento não deu certo. A polícia tem que ser armada, ainda mais no Brasil, que corre o risco, por enquanto hipotético, de se tornar um narcoestado”, declarou.

Em Curitiba, o protesto do dia 26 de março está marcado para começar às 14 horas. O evento criado no Facebook ainda não define local de concentração.

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