O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, vai comunicar ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva até terça-feira a decisão de se filiar ao PMDB para concorrer a uma das duas vagas ao Senado por Goiás. O objetivo de Meirelles, segundo políticos de Goiânia ouvidos pelo Estado, seria o de, chegando ao Senado, ficar à disposição para ocupar, por exemplo, a Casa Civil ou o Ministério da Fazenda no futuro governo, caso venha a ser convidado.

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A vantagem de se decidir pela disputa ao Senado é que Meirelles estaria livre da pressão que seria exercida sobre ele se optasse por disputar, por exemplo, o governo goiano.

Interlocutores de Meirelles que conhecem bem o presidente do Banco Central calcularam que, mesmo após a filiação, o anúncio da candidatura só ocorrerá no fim de março de 2010. E, mesmo assim, dependeria de, no momento, a economia estar caminhando bem. De acordo com políticos que conversaram com Meirelles, a decisão sobre o futuro dele está atrelada ao trabalho que faz no Banco Central. Ouviram-no dizer, por exemplo, que não se afastará do comando da política monetária se houver algum perigo de descontrole no ano da eleição, porque seria dar um tiro no pé.

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Neste momento, não se cogita a possibilidade de Meirelles fazer dobradinha com a ministra Dilma Rousseff na chapa presidencial - ela no PT e ele no PMDB. Afinal, há muitos outros nomes disponíveis no partido para compor a chapa, entre eles o do presidente da Câmara e presidente licenciado do PMDB, Michel Temer. Se o PMDB escolher um nome neste sábado (26), o de Meirelles não estará na lista, disse uma fonte ouvida pelo Estado. Seria como alguém subisse no ônibus agora e já quisesse sentar na janelinha brincou a mesma fonte.

Assim como o PMDB não teria o presidente do BC como uma carta na manga neste momento, Meirelles também teria se mostrado convicto a negar a iniciativa de se candidatar a algum cargo, se tivesse de tomar uma decisão agora. Por isso, tem insistido que só decidirá em março. Isso porque, apesar de o Brasil já ter saído da crise, haveria um temor de que se uma segunda onda de turbulência chegar é preciso ter alguém à frente do Banco Central com credibilidade para tomar as ações necessárias.

Meirelles teria descartado a hipótese de concorrer ao governo de Goiás. De acordo com um político goiano, a chance, nesse caso, chegou a zero, por mais que os líderes locais digam o contrário. Como a disputa é polarizada no Estado, há a percepção de que iniciar a campanha apenas em abril não seria suficiente para vencer o pleito.

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