Questionado sobre o julgamento do italiano Cesare Battisti, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, reiterou nesta sexta-feira que a discordância de opinião é normal, mas não existe crise entre o governo e a suprema corte com relação à possível confirmação da extradição do escritor e ex-ativista político. Mendes não quis adiantar seu voto, mas lembrou que já votou, nas questões preliminares, contra o refúgio que o governo brasileiro concedeu ao ativista político.
Na quinta-feira, o ministro da Justiça, Tarso Genro, disse que, se o STF decidir conforme o que é esperado, autorizando a extradição de Battisti, esse poderá ser um precedente muito perigoso e que pode afetar o equilíbrio entre os três Poderes. "Todos os pedidos de refúgio que foram concedidos até agora (pelo Executivo) poderão ser analisados pelo Supremo, que pode julgar nulos ou não os atos políticos de deferimento dos refúgios até agora proferidos", disse.