Depois de longa reunião com a cúpula da Polícia Federal nesta quarta-feira (17) à tarde, o delegado Romero Menezes selou o seu destino: ele não volta mais ao posto de número 2 da hierarquia da corporação, do qual foi afastado por suspeita de corrupção e tráfico de influência em favor do irmão. No topo de carreira, com salário de pouco mais de R$ 20 mil, após 32 anos de serviços à instituição, como agente e delegado, ele atingiu tempo de aposentadoria e anunciou que vai fazer isso assim que terminar o inquérito, do qual tem certeza que sairá inocentado. Foi uma solução sem margem para negociação.
Após o acerto, Menezes embarcou nesta quarta à noite para Pernambuco, onde vive sua família e onde ele ocupava o cargo de secretário de estado até ser convocado para a direção executiva da PF em setembro de 2007 pelo seu diretor-geral recém nomeado, o seu amigo Luiz Fernando Corrêa. O mesmo que lhe deu voz de prisão na última terça-feira. Em Brasília, Menezes residia num flat do hotel Manhattan.
Coube ao ministro da Justiça, Tarso Genro, orientar a direção da PF sobre o encerramento do caso. "Minha opinião pessoal é que ele não deve voltar", sentenciou. "Um inquérito dessa natureza costuma ser demorado e, mesmo que ele seja absolvido depois, ele já teve um desgaste público muito forte que poderia prejudicar suas funções", disse o ministro.
Embora negue com veemência todas as acusações, as quais atribui a uma "perseguição mesquinha" do superintendente da PF no Amapá, Anderson Rui Fontel, Menezes absorveu o golpe. "Assumo os prejuízos da denúncia à minha imagem e concordo que a PF mude a página", resignou-se, na conversa com os colegas, antes de embarcar para o Recife. Ele disse, porém, que por uma questão de honra, espera reassumir a função nem que seja por alguns instantes, se ficar comprovada sua inocência, para em seguida assinar o pedido de aposentadoria.
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