O senador Aloízio Mercadante (PT-SP) resolveu deixar o cargo de líder da bancada, afirmou nessa quinta-feira (20) o sendaor Eduardo Suplicy (PT-SP). Na quarta-feira (19) mesmo após os senadores do partido terem ido contra sua posição e votado pelo arquivamento no Conselho de Ética de todas as 11 acusações contra o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), ele havia dito que ia continuar no cargo.
"Ele (Mercadante) me ligou e convidou para ir ao plenário às 15 horas para ver o seu discurso. Ele refletiu bem e achou que não deve mais continuar na liderança devido aos fatos que ocorreram", disse Suplicy ao G1.
Na terça-feira (18), o senador ameaçou deixar o cargo se fossem indicados senadores pró-Sarney para as vagas de suplente que o bloco liderado por Mercadante teria direito a indicar ao Conselho de Ética. Mas na quarta, ele reavaliou a decisão. "Minha vontade verdadeira era sair da liderança do PT, mas não vou contribuir para agravar a crise da bancada", disse Mercadante.
As declarações de Mercadante foram dadas na presença de outros seis senadores da bancada, inclusive João Pedro (PT-AM), que votou a favor de Sarney. Os senadores Delcídio Amaral (PT-MS) e Ideli Salvatti (PT-SC), que também apoiaram o peemedebista no Conselho de Ética, não apareceram na reunião com Mercadante.
Marina Silva (AC) e Flávio Arns (PR), que anunciou que vai deixar a sigla, também não foram à reunião. Mercadante, inclusive, lamentou a saída dos colegas do PT.
Para Mercadante, o resultado no Conselho de Ética não encerra a crise no Senado. "Essa decisão não resolve a crise. O Senado vai ter que aprofundar as investigações e aprofundar as reformas."
O líder do PT afirmou ainda que os senadores que votaram a favor de Sarney teriam tomado a atitude constrangidos pela direção partidária após a nota do presidente do PT, Ricardo Berzoini, defendendo o arquivamento. "Os senadores votaram por uma decisão partidária. Fizeram contra a vontade própria. Fizeram constrangidos."
O senador João Pedro (PT-AM), por sua vez, fez questão de dizer que a posição seguida era a do partido e não necessariamente a do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
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