Paulo Bernardo diz que regulação da mídia terá debate com a sociedade
Com o paranaense Paulo Bernardo no Ministério das Comunicações, o governo federal ameniza o tom contra a imprensa e deve rever o projeto de regulação da mídia elaborado pelo ex-ministro da Comunicação Social Franklin Martins. Ontem, em entrevista coletiva, Bernardo defendeu uma discussão detalhada dentro do Executivo e com a sociedade antes de se definir a proposta a ser enviada ao Congresso Macional.
Paranaenses
FHC nomeou mais ministros do Paraná, mas Lula manteve escolhidos do estado por mais tempo. Dilma não ampliou escolhas.
Fernando Henrique Cardoso (1995-2002)
Reinhold Stephanes Ministro da Previdência Social (1/1995 a 4/1998)
José Eduardo de Andrade Vieira Ministro da Agricultura (1/1995 a 5/1996)
Rafael Greca Ministro do Esporte e Turismo (1/1999 a 5/2000)
Euclides Scalco Secretaria-Geral da Presidência (4/2002 a 12/2002)
Francisco Gomide Minas e Energia (4/2002 a 12/2002)
Lula (2003-2010)
Paulo Bernardo Ministro do Planejamento (3/2005 a 12/2010)
Reinhold Stephanes Ministro da Agricultura (3/2007 a 3/2010)
Márcia Lopes Ministra do Desenvolvimento Social (3/2010 a 12/2010)
Dilma Rousseff (2011)
Paulo Bernardo Comunicações
Gilberto Carvalho Secretaria-Geral da Presidência
Apesar de ter mantido duas vagas na cúpula do Planalto, a participação do Paraná no primeiro escalão do governo Dilma Rousseff (PT) perdeu força em relação ao último mandato de Lula. No campo político e orçamentário, o Ministério das Comunicações e a Secretaria-Geral da Presidência têm menos peso do que as áreas ocupadas por paranaenses na gestão anterior: Planejamento e Agricultura. Além disso, as escolhas atuais quase não levaram em consideração critérios regionais.
"O Paraná não ganhou nada até agora no governo Dilma por apelo político próprio", avalia o cientista político Antônio Flávio Testa, da Universidade de Brasília. Tanto Paulo Bernardo, que foi remanejado do Planejamento para as Comunicações, quanto Gilberto Carvalho, que foi trocado da chefia de gabinete da Presidência (que não tem status de ministério) para a Secretaria-Geral, já faziam parte do "núcleo duro" do PT no Palácio do Planalto. Além disso, ambos foram escolhidos por opção pessoal da presidente. Além disso, Carvalho é mais ligado ao PT paulista do que ao do Paraná.
Paulo Bernardo é o paranaense que por mais tempo ocupou um cargo no primeiro escalão federal em todos os tempos (veja quadro ao lado). Durante três anos da gestão Lula (2007 a 2010), teve como colega o peemedebista Reinhold Stephanes (Agricultura). E nos últimos nove meses do ano passado, a londrinense Márcia Lopes (Desenvolvimento Social), irmã de Gilberto Carvalho.
As três pastas que foram administradas por paranaenses no governo passado somam um orçamento global previsto para 2011 de R$ 68,9 bilhões R$ 9,4 bilhões para a Agricultura, R$ 16,3 bilhões para o Planejamento e R$ 43,2 bilhões para o Desenvolvimento Social (pasta que cuida do Bolsa Família). Já as Comunicações têm créditos previstos de apenas R$ 4,4 bilhões, enquanto a Secretaria-Geral não tem uma descrição orçamentária própria está no guarda-chuva da Presidência da República, que tem recursos previstos em R$ 7,4 bilhões.
Sem desprestígio
Para o professor Testa, porém, a troca de função não foi um desprestígio a Paulo Bernardo. "Embora o Planejamento seja um ministério que ganhou ainda mais força com Dilma, ele recebeu uma missão importantíssima nas Comunicações", diz. Ele está incumbido de baratear serviços e produtos ligados à internet, moralizar a gestão dos Correios, além de continuar com assento na equipe de coordenação política (assim como Carvalho).
Além disso, o governo estuda a possibilidade de recriar a Telebrás para ofertar banda larga no país, caso a iniciativa privada não se interesse em ampliar o serviço em todos os cantos do país. Caso isso venha a ocorrer, o Ministério das Comunicações ganhará ainda mais peso, pois a Telebrás deverá estar subordinada à pasta de Bernardo.
Peso
Secretário nacional de comunicação do PT, o deputado federal paranaense André Vargas afirma que o estado continua bem representado no primeiro escalão. "Da parte do PT, temos dois ministros de peso. Se houve perda de espaço foi porque o PMDB preferiu não nomear um paranaense para a Agricultura."
Stephanes, que deixou o ministério em março do ano passado para concorrer a deputado federal, fez campanha para retornar à pasta. Foi preterido, no entanto, por Wagner Rossi, indicado pelo presidente licenciado do PMDB e vice-presidente da República, Michel Temer. "A formação do governo Dilma está muito esquisita, atende apenas algumas lideranças internas dos partidos", diz Stephanes.
Para ele, o "fisiologismo" tem superado o currículo dos selecionados. "Não é errado que os partidos aliados ocupem suas cotas. Mas o primeiro critério deveria ser técnico, aliado em segundo plano ao aspecto regional."
Stephanes opina que o Paraná perdeu espaço no primeiro escalão e que precisará tentar se recuperar nas indicações para o segundo, que serão feitas em fevereiro (descontente, o PMDB pediu a suspensão de todas as nomeações na última segunda-feira e foi atendido por Dilma). "Além de todos esses problemas, outra coisa que prejudica os paranaenses é que não há uma união das lideranças do estado. É algo histórico e que não conseguimos mudar."
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