| Foto: José Cruz/Agência Brasil/

Mesmo com a suspensão da sua posse na Casa Civil do governo Dilma Rousseff, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva iniciou a ofensiva junto a deputados e senadores do PT e de siglas aliadas a fim de angariar apoio suficiente para barrar o processo de impeachment da presidente da República, deflagrado nesta quinta-feira (17).

CARREGANDO :)

Horas depois de ter sido empossado no cargo, Lula passou parte da tarde fazendo telefonemas para pedir a parlamentares que convençam, principalmente, deputados que ainda sejam aliados do governo mas que podem, eventualmente, aderir ao impeachment a permanecer apoiando a continuidade do mandato da presidente.

O assunto é tratado como prioridade por Lula, que voltou ao Palácio do Planalto como uma última cartada do governo para tentar salvar o governo Dilma.

Publicidade

Em uma sessão tumultuada, o plenário da Câmara aprovou nesta quinta, por 433 votos contra 1, a lista dos 65 deputados que irão compor a comissão especial para discutir o pedido de impeachment. Ao todo, 24 partidos indicaram deputados para a comissão, na proporção do tamanho de suas bancadas na Câmara.

Embora no papel o governo tenha maioria, na prática há uma divisão equilibrada entre apoiadores e adversários de Dilma, com tendência de o grupo pró-impeachment crescer nos próximos dias. No até agora aliado PMDB, por exemplo, 3 das 8 cadeiras serão ocupadas por deputados declaradamente favoráveis à destituição da petista.

A palavra final será dada pelo plenário da Câmara, em votação aberta e com chamada no microfone. O Senado é autorizado a abrir o processo de impeachment caso pelo menos 342 dos 512 deputados votem nesse sentido. O presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), não participa dessa votação. Caso o Senado abra o processo, Dilma é automaticamente afastada do cargo.

Mesmo que necessitem de 171 votos para derrubar o processo, governistas afirmam não ter certeza sobre se o número poderá ser alcançado. Outra avaliação feita é a de que, se o processo chegar no Senado, não haverá chances de barrá-lo e a saída da presidente Dilma Rousseff será inevitável.

Publicidade