Michel Temer está cansado. Mas a fadiga nada tem a ver com os 75 anos que o vice completa em setembro. O articulador político do governo tem dito a pessoas próximas que está chegando no limite de suas forças para tentar debelar a crise política com o Congresso, que aparenta ser incontornável. O relato foi feito por três interlocutores do vice-presidente.
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Leia a matéria completaSua permanência, a curto prazo, vai depender da movimentação da própria presidente Dilma na reorganização da base. A aliados, Temer comenta que, com o agravamento da crise, cabe a Dilma tomar a frente do processo. “Depende dela (Dilma) pautar, fazer esse movimento. As próximas semanas vão determinar isso. A situação está mudando muito rapidamente, e é um rearranjo político complicado. É preciso rediscussão com a base, que passa pela presidente”, disse um interlocutor de Temer.
Temer teria até mesmo estabelecido prazo para permanecer na função: até o fim de setembro, quando espera terminar a montagem da base para, a partir daí, só precisar intervir pontualmente. Planeja deixar o “varejo”, como negociar cargos e emendas, com o ministro Eliseu Padilha (Aviação Civil) e o ex-deputado Tadeu Filipelli, que tem lhe assessorado. “Ele tem dito que não vai aguentar ficar mais tempo. Fala que há crise grave e que de fato o governo está sem base. Mostrou estar cansado, doido para sair disso. Diz que é desgastante essa tarefa, quer ficar só no macro”, afirmou outro interlocutor seu.
Temer só não entregou a toalha ainda, segundo relatos, por compromisso com Dilma. Mas não encontra condições para suas atribuições. Negocia com os parlamentares, sem depois conseguir entregar o prometido. “Ele vai esperar as próximas semanas. A Câmara voltou muito pior, líderes dizem não controlar bancadas. Hoje não é tão simples deixar a articulação. Mas tem de ver se o governo vai fazer a DR, se vai se reposicionar”, concluiu um político próximo ao vice.
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