O ministro da Secretaria Especial de Direitos Humanos, Paulo Vannuchi, negou na tarde desta quarta-feira (29), em São Paulo, que esteja demissionário no cargo. Na última segunda-feira, em entrevista a um jornal, o ministro havia dito que poderia pedir sua demissão ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, caso a Advocacia Geral da União (AGU) mantivesse a defesa de militares reformados acusados de violar direitos humanos e de comandar centro de prisões responsáveis por práticas de tortura durante o regime militar.

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"O que eu disse é que dentro do governo está em curso um conjunto de ações que colidem com a linha presente na manifestação da AGU. Em primeiro lugar, não é necessário que a peça da AGU seja construída pelo ministro da AGU. Ela é construída no âmbito estadual", disse o ministro, logo após participar da assinatura de um termo de adesão do ex-jogador de futebol Pelé à campanha de acessibilidade do governo federal.

De acordo com o ministro, se o ponto-de-vista da AGU prevalecer, "uma pessoa como eu tem que deixar o governo e voltar à sociedade civil para levar adiante essa mesma atividade, que o país precisa levar adiante".

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Nesta quarta-feira (29), o ministro voltou a criticar a peça da Advocacia Geral da União (AGU), que contestou a ação proposta pelo Ministério Público Federal de pedir que os militares reformados Carlos Alberto Brilhante Ustra e Audir Santos Maciel sejam declarados como comandantes de um centro de prisões ilegais, torturas, homicídios e desaparecimentos. Segundo o ministro, a peça da AGU "se choca com a posição do governo federal".

"É lamentável que essa peça da AGU contenha esse equívoco brutal", afirmou Vannuchi.