O segundo mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva começa com seus ministros manifestando disposição positiva para os próximos quatro anos.
Confirmando sua permanência na Cultura, o ministro Gilberto Gil declarou que começa "cheio de ânimo''. Em dezembro, Lula convidou Gil a permanecer no ministério e disse que ele era "unanimidade nacional na área da cultura''. Gil confirmou ter aceito o convite e falou que sua prioridade ''é continuar o trabalho feito no primeiro mandato''.
Gil disse que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva demonstrou "rodagem" no seu discurso de posse.
- Ele deixou de ter a atenção dos iniciantes e mostrou que o governo colheu frutos e teve êxitos verdadeiros - disse.
Apesar da pequena presença de parlamentares da oposição na cerimônia de posse, Gilberto Gil disse que ela terá de participar do "dia-a-dia da governança".
Dilma Roussef, da Casa Civil, disse que a expectativa para este segundo governo é "absolutamente otimista".
- Ter a oportunidade de fazer o Brasil crescer, se desenvolver e distribuir renda. É uma perspectiva de muita força e muita realização.
O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, fez uma previsão positiva para os próximos quatro anos e anunciou planos.
- Vai ser muito positivo. O presidente Lula teve o primeiro mandato ampliado e consagrado. As urnas mostraram isso. Tanto na política econômica, quanto nos problemas sociais. Tudo vai ser mantido, mas queremos dar ênfase agora na infra-estrutura e nas ações que promovam crescimento. Vamos tornar mais efetiva nossas ações. Melhorar as reformas na questão do Orçamento e no aporte de recursos para a iniciativa privada. Isso que estão chamando de pacote (econômico) significa mais dinheiro e menos buracracia.
O ministro afirmou que o anúncio deve ser feito em meados de janeiro e que o governo enviará as medidas que dependem do Congresso na reabertura das duas Casas, em 1º de fevereiro.
De acordo com Bernardo, este governo começa em melhor situação que o primeiro, mas Bernardo desconversou ao ser questionado sobre a meta de crescimento da economia de 5% ao ano.
- O Brasil vai crescer. Temos que acreditar e botar para quebrar. Vocês são pessoas jovens, têm que ter fé. O Brasil tem todas as condições de crescer. Estamos indo numa situação muito melhor do que há quatro anos. As medidas para destravar e desobstruir tem todas as condições de funcionar - disse o ministro do Planejamento, assegurando que as parcerias público-privadas para projetos estruturantes começam a funcionar este ano.
O ministro disse que o governo quer uma nova relação com o Congresso, mas cobrou responsabilidade da oposição.
- A oposição foi eleita para criticar. Mas espero que melhore o padrão das críticas e que aponte alternativas - disse.
O ministro do Desenvolvimento Social, Patrus Ananias, também anunciou projetos de seu ministério, afirmando que uma de suas metas será reduzir o número de famílias que tem acesso ao programa Bolsa Família por meio do ganho de renda.
- Os pobres não são números. Eles vão sair do Bolsa Família desde que tenham condições. O nosso objetivo é a emancipação dessas famílias - afirmou o ministro.
Outro que demonstrou otimismo em relação ao governo que começa foi o ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro. Para ele, o cenário atual é favovárel a um melhor mandato, já que há boa situação externa, bons resultados da balança comercial, reservas internacionais altas e taxa de juros em queda.
- Acho que o Brasil amadureceu, a democracia amadureceu e o processo eleitoral indicou o caminho que o Brasil vai seguir. Tenho absoluta certeza que esse segundo mandato vai ser muito mais tranqüilo que o primeiro, não somente porque o governo não vai cometer equívocos que por ventura tenha cometido, mas também porque a própria oposição amadureceu.
Tarso disse que o Brasil terá um presidente com quatro anos de experiência, com bom prestígio e com grande respeito internacional. O ministro disse, ainda, que Lula vai anunciar medidas econômicas e de investimento de infra-estrutura ainda este mês.
Tarso disse que o governo pretende estabelecer um novo relacionamento com o Congresso.
- O governo deve ter cometido erros na sua relação com o Congresso no primeiro período (de Lula). Diria erros históricos que não serão mais cometidos - afirmou a jornalistas.
Este novo relacionamento, segundo Tarso, se dará em dois níveis. Com a oposição, o governo vai trabalhar para a concertação política, que é um entendimento em torno de projetos. Com a base aliada, o governo já articulou uma coalizão de 10 partidos para aprovar projetos de interesse do país.
Tarso ressaltou que mesmo cometendo erros, o presidente não desrespeitou o Congresso e "não desrespeitará''.
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