O juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, indeferiu nesta quarta-feira o pedido dos advogados de defesa do presidente da Odebrecht e de três executivos da empresa, que arrolaram pelo menos 13 testemunhas no exterior para falar a favor dos acusados. Só o presidente do grupo, Marcelo Odebrecht, arrolou seis testemunhas - uma na Suíça e cinco no Canadá, incluindo o ministro da Justiça canadense. Os executivos César Rocha e Márcio Faria arrolaram testemunhas no Peru, Canadá e México. O executivo Rogério Araú jo apresentou testemunhas de defesa que moram no México de na Argentina.
Apesar de ter indeferido o pedido, Moro afirmou que poderá ouvir as testemunhas se a Odebrecht arcar com os gastos de trazê-las para depor no Brasil. “De todo modo, considerando os recursos bilionários da Odebrecht, que sustenta a defesa de seus executivos, querendo, poderão, as Defesas trazer as testemunhas em questão para depor no Brasil, as suas expensas. Se for este o caso, designarei data. Deverão, se assim optarem, peticionar nesse sentido em quinze dias”, afirmou o juiz.
Moro afirmou que, para justificar a oitiva “demorada e custosa” é necessário esclarecer objetivamente o que a testemunha sabe sobre os fatos investigados. No caso do Ministro da Justiça do Canadá, segundo o despacho do juiz, os advogados de Odebrecht querem que o ministro se manifeste sobre a interceptação das mensagens Blackberry no Brasil feitas pela Polícia Federal e que servem como prova contra os acusados. “Parece distante do razoável, ademais, que se pretenda ouvir o Ministro da Justiça do Canadá sobre interceptação do Blackberry no Brasil”, disse Moro, que classificou o pedido como “pretensão extravagante”.
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