para o Ministério Público Luiz Abi é peça central no esquema de sonegação da Receita Estadual.| Foto: Gilberto Abelha/Jornal de Londrina

O Gaeco fez algumas constatações na segunda fase da Operação Publicano. A primeira é que o parente distante do governador Beto Richa (PSDB), o empresário Luiz Abi Antoun, seria o “operador político” da suposta “organização criminosa” formada por auditores fiscais, contadores e empresários para favorecer a sonegação fiscal mediante o pagamento de propina. Segundo o Ministério Público, Abi teria influência na nomeação de chefias na Receita Estadual, para garantir a manutenção do suposto esquema.

CARREGANDO :)

125 denunciados

Cento e vinte e cinco pessoas foram denunciadas na ação criminal da segunda fase da Operação Publicano, protocolada na segunda-feira (29), na 3ª Vara Criminal de Londrina, sendo 57 auditores, 9 contadores (dois deles são advogados além de contadores) e 59 “particulares” (principalmente empresários). A ação trata de 124 “fatos”, situações diferentes que os promotores entendem que foram praticadas pelos denunciados. São imputações. Entre os crimes denunciados estão os de corrupção ativa, corrupção passiva, concussão (corrupção praticada pelo agente público), “organização criminosa” e tráfico de influência.

Os promotores estão concedendo uma entrevista coletiva, na qual explicam a denúncia apresentada.

De acordo com a promotora Leila Schimiti, o episódio em que a empresa da família de Abi, a Alumpar, fez reservas e pagou as diárias de hotel de Curitiba para o secretário da Fazenda, Mauro Ricardo, reforçam a tese de que o primo de Richa tinha influência junto ao poder político. “O fato foi incluído para demonstrar o poder de inflêencia desse denunciado junto ao poder no Estado já que quase um mês antes [da posse] a empresa do Luiz Abi pagou diárias, temos documentos que indicam isso, e apontou-o [Mauro Ricardo] como futuro secretário da Fazenda”, declarou a promotora.

Publicidade

A outra novidade na atual etapa das investigações é que os promotores concluíram que a hierarquia da suposta organização criminosa se confunde com a hierarquia da própria Receita Estadual. Isso justifica a inclusão de 11 pessoas que ocuparam cargos da chefia na primeira ação da Publicano, protocolada ainda em abril. Em um aditamento, os promotores acrescentaram essas 11 pessoas entre os denunciados da primeira ação. São eles Milton Digiacomo, Laércio Rossi, Antonio Carlos Lovato, Marcos Arrabaça, Lídio Samways, Clovis Roggê, Gilberto Favato, José Henrique Hoffmann, José Aparecido Valêncio da Silva, Hélio Obara e Gilberto Della Coletta.