O Ministério Público Estadual do Rio de Janeiro solicitou à Justiça Federal no Paraná que autorize o depoimento do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, que cumpre prisão domiciliar, em um inquérito que apura "incompatível aumento de renda" do presidente licenciado da Transpetro Sérgio Machado - indicado para o cargo pelo presidente do Senado Renan Calheiros (PMDB-AL) e citado na Operação Lava Jato.
"Indispensável a oitiva de Paulo Roberto da Costa" afirma a promotora de Justiça Glaucia Maria da Costa Santana no inquérito aberto em 2010 para apurar "suposta evolução patrimonial incompatível com a renda do presidente da Transpetro".
Paulo Roberto Costa é o alvo maior da Operação Lava Jato, da Polícia Federal. Ele fez delação premiada e citou pelo menos 32 parlamentares como supostos beneficiários de propinas no esquema de corrupção da Petrobras.
A promotora não cita o nome de Sérgio Machado no pedido, mas a ele se refere dentro do inquérito instaurado em 2010 - quando Machado já presidia a subsidiária da Petrobras, responsável pela transporte de petróleo e derivados da estatal.
Indicado por Renan, ele ocupou até a segunda-feira da semana passada a presidência da Transpetro, quando pediu afastamento do cargo após ter seu nome envolvido na Operação Lava Jato.
Paulo Roberto Costa afirmou em depoimento no dia 8 de outubro à Justiça Federal em Curitiba que recebeu de Machado R$ 500 mil em dinheiro, referente a propinas atrasadas, na negociação de um navio. Machado, segundo o delator, foi entregue no próprio apartamento do ex-presidente da Transpetro, no Rio.
Titular da 6ª Promotoria de Cidadania do Rio, a promotora solicitou ao juiz federal Sérgio Moro, que preside as ações penais da Lava Jato - que resultaram na prisão de Costa - a autorização para ouvir Costa em sua casa, no Rio, onde ele cumpre prisão domiciliar desde que fez a delação.