A força-tarefa da Lava Jato investiga se os depósitos feitos pelo operador Zwi Skornicki em uma conta do publicitário João Santana na Suíça saíram do contrato da Petrobras para a plataforma P-52 ou de sondas fornecidas pela Sete Brasil, empresa que tinha a estatal como sócia. O operador depositou US$ 4,5 milhões ao marqueteiro do PT. Segundo o delator Pedro Barusco, ex-gerente da Petrobras, o operador comentava que conversava diretamente com Vaccari. Para os investigadores, a ordem para depositar ao marqueteiro pode ter saído do tesoureiro do PT, que administrava a propina destinada ao partido.
Marqueteiro do PT admite que recebeu dinheiro da Odebrecht no exterior
Leia a matéria completaEm depoimento prestado no mês passado, Barusco afirmou que Skornicki e o ex-diretor da Petrobras Renato Duque comentaram que o operador “havia pago cerca de US$ 4,5 milhões adiantados para Vaccari”. O valor exato da propina era US$ 4,523 milhões, próximo ao depositado ao marqueteiro do PT. O delator lembrou que a Sete Brasil foi criada na gestão de Duque à frente da diretoria de Serviços da Petrobras e que o PT “tinha interesse em receber nos contratos gerados pela Sete Brasil”, tendo sido combinado com João Vaccari Neto que o partido ficaria com dois terços do valor das comissões.
Skornicki representava o estaleiro Keppel Fels e também intermediou propina ao PT nos contratos fechados pela empresa e suas subsidiárias, como a Floatec. Todos os negócios foram fechados entre 2003 e 2009 e somaram cerca de US$ 4 bilhões. Segundo Barusco, a propina da P-52 foi para o PT e Duque. A P-52 é um dos nove maiores contratos de plataformas da Petrobras, segundo disse Barusco em depoimento.
Apesar de representar oficialmente o Keppel Fels, Skornicki também recebeu dinheiro da UTC e da Technip Engenharia, que foi parceira do estaleiro Keppel no fornecimento da P-52. A plataforma custou pelo menos US$ 895 milhões e recebeu financiamento do BNDES.
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