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Dezesseis obras de arte apreendidas pela Polícia Federal durante a Operação Lava-Jato serão expostas pelo Museu Oscar Niemeyer (MON), em Curitiba, no início do ano que vem. Entre as pinturas, encontradas na casa e no escritório da doleira Nelma Kodama, há trabalhos assinados por Di Cavalcanti, Cícero Dias e Iberê Camargo. Em todo o mundo, é considerada comum a prática de comprar arte para lavar dinheiro. Kodama, conhecida como a "Dama do Mercado", foi condenada a 18 anos de prisão em outubro por organização criminosa, evasão de divisas, corrupção ativa e lavagem de dinheiro.

Segundo a assessoria de imprensa do MON, as 16 pinturas chegaram à instituição em maio e farão parte de uma mostra que reunirá todas as aquisições recentes da entidade. Apesar de as telas estarem incluídas na exposição, prevista para fevereiro, ainda não são de propriedade do museu. A pedido da Secretaria Estadual de Cultura, a entidade apenas mantém a guarda temporária. "Colocamos a reserva técnica do MON à disposição, pois o museu possui condições de salvaguardar este patrimônio de grande valor artístico até que a Justiça determine o destino delas", disse Paulino Viapiana, secretário da Cultura.

"Contamos com profissionais com preparo técnico adequado para conduzir e realizar este trabalho de conservação e para efetuar as pesquisas necessárias para a verificação de autenticidade e procedência das obras", completou a diretora artística, Estela Sandrini.

Além de Di, Cícero e Iberê, há trabalhos de Aldemir Martins, Orlando Teruz, Claudio Tozzi, David Cymrot, Gerardenghi, Gomide, Heitor dos Prazeres, Mario Gruber e Tony Koegl. Uma das obras era atribuída a Renoir, mas peritos constataram que a informação era incorreta.

Para serem expostas, as obras passaram por um processo de higienização e, hoje, estão numa sala com temperatura (20 graus) e umidade constantes. A direção do museu tem interesse mantê-las de forma definitiva em seu o acervo, mas a decisão cabe à Justiça.

No Rio, o Museu Nacional de Belas Artes guarda obras da coleção do banqueiro Salvatore Cacciola. Em São Paulo, o MAC-USP mantém o acervo do também banqueiro Edemar Cid Ferreira, envolvidos em escândalos.

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