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Sem fazer menção ao senador Aécio Neves (PSDB-MG) como candidato à Presidência em seu discurso na convenção nacional do PSDB, hoje, o ex-governador José Serra (PSDB-SP) disse que já viu "muita água passar por debaixo da ponte" no Brasil -num sinal de que não desistiu de disputar o Palácio do Planalto em 2014.

Serra disse que a sigla vai "aglutinar o máximo de forças" para derrotar o projeto de governo do PT, mas não colocou o nome de Aécio como futuro adversário da presidente Dilma Rousseff na corrida presidencial. "Vamos buscar a convergência. Não apenas no PSDB, mas com todos que estejam dispostos a marchar na defesa da decência, da liberdade, do progresso e da justiça."

O ex-governador disse que os tucanos reunidos hoje estão "com absoluta certeza do mesmo lado em 2014", no lado da "justiça social com crescimento e democracia".

Ao encerrar seu discurso, Serra desejou a Aécio e à nova direção do partido boa sorte -mas cobrou responsabilidade para levar a sigla à Presidência.

"A esta Presidência, a esta Executiva, a ela nós atribuímos a responsabilidade pela construção das nossas forças de oposição. A ela atribuímos a responsabilidade de conduzir nosso partido, e as oposições no Brasil, à vitória que o povo brasileiro merece no ano que vem."

Ao falar de sua biografia, o tucano lembrou que já tomou "grandes decisões" na vida pública e com os olhos em 2014 vai "atuar em favor da unidade das oposições e de quantos entendam que é chegada a hora de dar um basta a essa incompetência incrível, porque eles são orgulhosamente incompetentes".

Serra disse que as "dificuldades extremas" nunca lhe assustaram e que as regras do regime democrático não vão "constrangê-lo". "Eu vou lutar como sempre, com clareza, com lealdade, sem ambiguidades ou palavras de sentido impreciso. Porque esse é meu estilo. Não tenho porta-vozes. Não tenho intermediários. Não tenho intérpretes. Quem quiser saber o que penso tem só uma fonte confiável: eu mesmo. E conto com lealdade recíproca."

O partido tem dúvidas sobre a permanência de Serra na sigla. Sua participação no evento é encarada como sinal de que ele pretende ficar. Nas duas vezes em que disputou a Presidência, em 2002 e 2010, Serra se mostrou insatisfeito com o apoio recebido de Aécio.

Na tentativa de superar essa divergência e pavimentar apoio em São Paulo, Aécio contemplou o PSDB paulista com a metade dos cargos da Executiva Nacional. Quatro deles serão ocupados por serristas: Alberto Goldman, Andrea Matarazzo, Aloysio Nunes e Mendes Thame.

Em seu discurso, Serra fez ataques ao governo Dilma Rousseff. Disse que os petistas provocaram a "estagnação econômica" e avançou no "autoritarismo".

"O partido quer submeter o Supremo Tribunal Federal à maioria governista do Congresso Nacional. Quer fechar o acesso dos novos partidos ao fundo partidário e ao tempo de rádio e televisão. Quer impedir o Ministério Público de investigar", atacou.

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