A doleira Nelma Kodama, condenada pela Justiça Federal de Curitiba a 18 anos de prisão em um dos processos da Lava Jato, apresentou um recurso de apelação para que a sentença seja reavaliada pelo Tribunal Regional Federal da Quarta Região (TRF4). O recurso foi protocolado nesta quinta-feira (13) pelos advogados da doleira. Ela é acusada pelo Ministério Público Federal (MPF) de liderar um dos núcleos de lavagem de dinheiro e evasão de divisas descoberto durante as investigações da operação.
Cleverson Coelho, réu na mesma ação penal, também recorreu da sentença que o condenou a 5 anos e dez dias de prisão em regime semiaberto. O documento de apelação foi protocolado nesta quarta-feira (12) por seu advogado. Ele é acusado de ser o motorista do grupo, responsável pelo transporte e recolhimento de valores.
As sentenças devem ser analisadas pelo desembargador federal João Pedro Gebran Neto, do TRF4.
Defesas
De acordo Marden Maués, advogado de Nelma Kodama, a sentença proferida para a doleira é muito elevada. "A defesa está inconformada com a sentença", disse.
O advogado de Cleverson Machado, André Luís Romero de Souza, também não concorda com a decisão do juiz federal Sérgio Moro. "Esperamos que a sentença seja totalmente reformada no Tribunal, a fim de absolver o Cleverson", disse. Souza defende que não existe prova nos autos de que seu cliente tenha operado instituição financeira ou participado da organização criminosa.
Os réus já haviam entrado com embargos de declaração para que o juiz federal Sérgio Moro revisse alguns pontos da sentença. Moro, entretanto, não deu provimento aos embargos das defesas.
Outros recursos
Condenados na mesma ação penal, os réus Maria Dirce Penasso e Faiçal Mohamad Nacirdine também entraram com recurso de apelação para que o caso seja reavaliado por uma instância superior. Maria Dirce é acusada de ser utilizada por Nelma para ocultar propriedade adquirida com dinheiro dos crimes financeiros e foi condenada a 2 anos em regime aberto.
Já Nacirdine foi condenado a 4 anos e dois meses de prisão em regime fechado, sob a acusação de ser o contador do grupo.
O advogado de Iara Galdino da Silva e Juliana Cordeiro de Moura, entrou com embargos de declaração para que a sentença fosse revista por Moro. O provimento também foi negado pelo juiz federal.
Entenda o caso
Conforme a denúncia do MPF, a doleira Nelma Kodama seria uma grande operadora do mercado negro de câmbio, envolvida na prática de crimes financeiros, especialmente evasão de divisas, e de lavagem de dinheiro. Entre maio e novembro do ano passado, a mando de Nelma, os acusados teriam promovido a evasão fraudulenta de US$ 5,2 milhões mediante a celebração de 91 contratos para pagamento de importações fictícias, utilizando empresas de fachada no Brasil e no exterior.
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