Imbróglio
Entenda o que pode acontecer com Sarney:
CONSELHO DE ÉTICA
O caminho
Em primeiro lugar, o Conselho de Ética precisa estar em funcionamento. O órgão está parado porque o PMDB ainda não indicou seus representantes.
Depois de composto o conselho, o presidente do órgão analisa a representação. Ele pode arquivá-la ou aprová-la. Neste último caso, indica um relator para investigar as denúncias.
Durante a apuração do caso, os 15 membros do conselho podem votar pelo afastamento de Sarney do cargo de presidente do Senado.
O relator apresenta seu parecer sobre a quebra de decoro, no qual pode propor o arquivamento ou a perda de mandato. Caso opte pela perda, o relatório passa por votação entre integrantes do conselho.
Se aprovado, o pedido vai à CCJ para exame de aspectos constitucionais e depois segue para votação no plenário do Senado.
Eleição do Senado
Quem apoiou Sarney - PMDB; DEM; PTB; PR (2 senadores); PSB (1 senador); PRB; e PCdoB
Quem apoiou Tião Viana (PT-AC) - PSDB; PT; PR (2 senadores); PSB (1 senador); PDT; e PSol
Quem pede o afastamento de Sarney - DEM; PSDB; PDT; PSol
Fonte: Folhapress.
BRASÍLIA - Os negócios fechados por José Adriano Sarney, neto do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), com a instituição não são restritos aos empréstimos consignados. José Adriano é sócio da Sacris Consultoria, que atuava em parceria com o Grupo MBM e também intermediava seguro de vida para servidores da Casa.
Segundo reportagem do jornal O Estado de S.Paulo, o MBM costumava oferecer aos servidores do Senado dois produtos: seguro de vida com direito a resgate após um ano e o chamado seguro contra acidentes pessoais, que inclui assistência funeral. Corretores de seguros, assim como os vendedores de crédito consignado, recebem comissão pelos contratos fechados.
O gerente do escritório da MBM em Brasília, Roberto Toledo, afirmou ao jornal que a parceria com a empresa do neto de Sarney era informal e que surgiu após uma indicação do HSBC.
O presidente do Senado encaminhou neste fim de semana uma carta aos 80 colegas se defendendo das denúncias de que seu neto teria sido favorecido em negociações com a instituição. Sarney reconhece que a Sacris intermediava empréstimos consignados para servidores da Casa, mas afirma que não interferiu nos negócios do neto.
"Nenhuma ligação pode ser feita entre a minha presidência e o fato-objeto da reportagem. Quero também comunicar-lhe que pedi à Polícia Federal que investigue todos os empréstimos consignados no Senado e as empresas que os operam'', afirma o documento.
Atos secretos
A comissão de sindicância que investiga a responsabilidade pelos atos secretos do Senado pretende recomendar a punição de outros servidores que também se envolveram no esquema capitaneado pelos ex-diretores Agaciel Maia e João Carlos Zoghbi. A equipe de trabalho, que finaliza os últimos detalhes do pedido de abertura de um processo disciplinar para demitir Agaciel e Zoghbi do serviço público, vai sugerir ainda punições menores a funcionários que sabiam da existência de atos secretos, mas nada fizeram para impedi-los.
Entre esses servidores estão Franklin Albuquerque Paes Landim, chefe da publicação de boletim administrativo, e Celso Antônio Menezes, ex-chefe de gabinete de Agaciel.
O primeiro afirmou que Agaciel e Zoghbi davam ordens para esconder decisões administrativas. Já Menezes repassou e-mails a Franklin, a pedido de Agaciel, determinando a não publicação desses atos. Esses dois correrão o risco de receberem sanções internas, como suspensão, o que representaria corte nos salários.
A comissão formada por três servidores pediu mais cinco dias para concluir seu relatório. Todos os envolvidos foram ouvidos nos últimos dez dias. A sindicância não tem dúvidas de que houve intenção em esconder boletins administrativos, confirmando a suspeita levantada pelo grupo de trabalho que identificou esses atos secretos. No total, 663 documentos sigilosos foram encontrados.
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