Desconvite
Dilma "demite" novo diretor do Dnit antes de ele tomar posse
O contador e administrador Augusto César Carvalho Barbosa de Souza nem sequer chegou a tomar posse na Diretoria de Administração e Finanças do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). Ele foi "desconvidado" pela presidente Dilma Rousseff dentro da política de limpeza do setor de Transportes.
Pagot teria cobrado uma casa em troca de obras em cidade do MT
A Folha de S.Paulo publicou uma reportagem informando que um empresário acusa o diretor afastado do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Luiz Antonio Pagot, de cobrar e obter do prefeito de Lucas do Rio Verde (MT), Marino Franz (PPS), uma casa em troca de obras e outros benefícios para o município.
Empresas de fachada assinaram contratos de R$ 31 milhões
Denúncia publicada ontem pelo jornal O Estado de S. Paulo mostra que os diretores do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e da Valec, estatal de ferrovias, montaram um esquema com duas empresas de fachada acusadas de usar documentos falsos em contratos que somam R$ 31 milhões desse total, R$ 13 milhões sem licitação. Os contratos, segundo o jornal, são para fornecer funcionários em áreas estratégicas, incluindo obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
Três novas denúncias publicadas ontem na imprensa (veja reportagens abaixo) aumentaram a pressão para que o governo federal promova uma limpeza geral no Ministério dos Transportes e nos órgãos ligados à pasta a Valec, estatal que cuida das ferrovias, e o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), responsável pelas rodovias. Já a oposição, mesmo no recesso parlamentar, informou que pretende intensificar as tentativa para criar uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) para investigar os Transportes.
Segundo Alvaro Dias (PR), líder do PSDB no Senado, as novas denúncias envolvendo a pasta devem mobilizar os senadores e a oposição para conseguir as quatro assinaturas que faltam para a instalação da CPI no Senado. "Temos que reabilitar esse instituto, que é fundamental para que a limpeza ocorra quando há sujeira no governo. Não há nenhum outro instrumento mais adequado do que CPI e, diante dos fatos, não há como relutar. Creio que o próprio governo perdeu condição política e moral de impedir a instalação de uma CPI nesse caso", afirmou Alvaro ontem.
Hoje, o líder do partido na Câmara, Duarte Nogueira (PSDB-SP), deve protocolar em uma comissão representativa do Congresso que funciona mesmo durante o recesso requerimento de convocação do novo ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos que já havia ocupado a pasta temporariamente em alguns períodos em que os fatos que geraram as denúncias ocorreram.
"É um ministro que já foi ministro quatro vezes nesse período de oito anos e meio, que exerceu uma função relevante dentro desse sistema e obviamente sabe de tudo ou tem o dever de saber", disse Alvaro Dias. "Na pior das hipóteses é cúmplice de tudo o que ocorreu. A sua nomeação foi trocar seis por meia dúzia."