Quatro dos mais importantes nomes do PMDB na Câmara, entre eles o presidente da Casa, deputado Michel Temer (SP), entrarão na Justiça ao longo desta quinta-feira contra um dos envolvidos no mensalão do Distrito Federal, após terem sido citados em mais um vídeo do escândalo.

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O vídeo foi divulgado pelo portal de notícias IG.

Temer, principal cotado à vaga de vice na chapa da pré-candidata, Dilma Rousseff (PT), é mencionado em um vídeo pelo empresário Alcir Collaço, dono do jornal Tribuna do Brasil - o mesmo flagrado colocando maços de dinheiro na cueca -, que conversa com Durval Barbosa, pivô do escândalo. Este, no entanto, não aparece nas imagens que totalizam 1 minuto.

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Vídeo

No vídeo, Collaço e Barbosa conversam sobre recursos que supostamente iriam para os deputados do PMDB. Na gravação, o empresário diz que Filipelli receberia R$ 500 mil e Temer, Cunha e Alves R$ 100 mil cada. O vídeo é um dos vários entregues por Barbosa à polícia em troca dos benefícios da delação premiada.

O escândalo do mensalão do DEM de Brasília começou no dia 27 de novembro, quando a Polícia Federal deflagrou a operação Caixa de Pandora. No inquérito, o governador José Roberto Arruda é apontado como o comandante de um esquema de distribuição de propina a deputados distritais e aliados.

Processos

"Hoje é dia de frieza e de tomar providências concretas para revelar que não temos nenhum temor, nenhuma preocupação em relação a isso, a respeito desses atos", disse Temer a jornalistas.

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O líder do partido na Câmara Federal, Henrique Eduardo Alves (RN), e os deputados federais Eduardo Cunha (RJ) e Tadeu Filipelli (DF) também foram mencionados.

"Estou absolutamente indignado por ter sido citado por duas pessoas desqualificadas sobre fatos absolutamente falsos", disse à Reuters Eduardo Cunha, que informou já ter entrado com uma ação criminal por difamação.

Além desta, ele e os outros peemedebistas cogitam processar Collaço e Barbosa por danos morais.

"Vejo algumas coincidências. Essa gravação ocorreu em 17 de setembro, um dia depois de a executiva nacional do PMDB me dar o controle do partido em Brasília, ao invés de dar o controle a Joaquim Roriz (ex-governador do DF)", disse Filipelli.

Ele não quis dizer, no entanto, se atribuía a gravação a Roriz, seu atual desafeto político, agora no PSC. Durval Barbosa era assessor de Roriz quando este governava o DF.

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Delator do caso que atinge o governador José Roberto Arruda (DEM-DF), seu vice, assessores e deputados distritais, Barbosa é ex-secretário de Relações Institucionais do DF.

O governador do Democratas também foi flagrado em vídeo. Nele, recebe dinheiro de Barbosa. Apesar de negar as denúncias, e dizer que os recursos se destinavam a comprar panetones para os pobres, deve ser expulso de seu partido no próximo dia 10, tornando praticamente insustentável sua permanência no cargo.

Extensões do caso

Ainda não se tem uma avaliação mais concreta sobre o impacto do vídeo na campanha de Dilma.

Segundo uma fonte do PMDB, tudo dependerá de como o assunto será tratado pela mídia e se vai durar no noticiário. A mesma fonte afirma que o conteúdo, mesmo que não seja verdadeiro, é ruim para Temer e suas ambições.

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Antes do vídeo ir ao ar, Michel Temer já havia sido alvo de outra denúncia, também veiculada pelo portal IG.

O deputado teria aparecido em uma suposta planilha da empreiteira Camargo Corrêa que teria sido encontrada pela Polícia Federal na casa de um dos diretores da construtora em 25 de março deste ano. O material faz parte da operação Castelo de Areia, que investiga a empreiteira.

A lista traria valores associados ao nome de Temer, que chamou a associação de "infâmia".

Questionado se os dois episódios teriam ocorrido por ser ele cotado à vaga de vice, disse: "Pode ser, (...) como se fala na questão da vice, é possível que seja isso. Eu não saberia dizer, eu não tenho as razões concretas dessa vilania."

Henrique Eduardo Alves está em viagem ao exterior e não foi imediatamente localizado.

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