O Paraná TV localizou um ônibus, equipado com equipamentos médicos e odontológicos, e que teria sido comprado pelo município de Braganey, na região Oeste, dentro do "esquema dos sanguessugas", que está sendo investigada por uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) no Congresso.
Um consultório médico e outro odontológico estavam montados dentro do ônibus, que nunca saiu do estacionamento do posto de saúde. O veículo foi comprado pela prefeitura em 2002 por R$ 76.805. A secretária de Saúde do município, Maria Ferreira, que assumiu o cargo no ano passado, alega que ele não atende às necessidades dos moradores.
De acordo com o ParanáTV, o ex-prefeito João Capeleto comprou o ônibus com ajuda do governo federal, que teria cedido R$ 64 mil. O valor pago pela prefeitura de cerca de R$ 12 mil é parecido com o valor que o prefeito teria recebido de propina, segundo denúncia da Revista Veja.
A data do depósito da suposta propina teria sido paga em 28 de fevereiro de 2002, mesma data que a prefeitura fez o depósito para a compra do veículo. O ex-prefeito negou por telefone ter recebido o dinheiro e afirmou não se lembrar qual deputado federal fez o pedido do dinheiro.
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga a máfia dos sanguessugas já tem provas para confirmar a participação de cerca de 80% (pelo menos 89) dos 112 parlamentares e ex-congressistas acusados de envolvimento no escândalo da venda de ambulâncias superfaturadas. O deputado Raul Jungmann (PPS-PE), vice-presidente da CPI, afirmou que as provas incluem gravações telefônicas e cópias de depósitos bancários, entre outros documentos.
Na relação, quatro são paranaenses: Iris Simões (PTB) e os deputados Santos Filho (PFL), Basílio Villani (PSDB) e Márcio Matos, que era do PTB. A relação dos 112 nomes foi divulgada no último fim de semana pela revista Veja.
Ambulância encontrada em Piraquara
Uma das equipes de reportagem do ParanáTV encontrou nesta segunda-feira (24) uma das ambulâncias da máfia dos sanguessugas, esquema que distribuiu propina para deputados e prefeitos. Foi em Piraquara, na região metropolitana de Curitiba. Segundo o telejornal, a ambulância foi vendida para a prefeitura da cidade e está parada há dois meses, com o motor fundido (leia matéria completa).