Defesa de Youssef acusa PF de instalar escuta ilegal na cela

O advogado de defesa de Alberto Youssef, Antônio Figueiredo Basto, acusa a Polícia Federal (PF) de ter gravado clandestinamente conversas do doleiro na cela na qual está preso, em Curitiba

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PF nega ter feito escuta ilegal na cela onde está preso doleiro

A Polícia Federal negou nesta sexta-feira (11) ter feito escuta ilegal na cela em que está preso o doleiro Alberto Youssef na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba. Em nota, a PF informou que, durante revista de rotina às celas na quinta-feira, foi encontrado um "equipamento eletrônico estranho àquele ambiente". Segundo a PF, o aparelho foi apreendido e passará por perícia técnica para "identificar a natureza da peça". Nesta quinta, os advogados do doleiro solicitaram à Justiça Federal investigação sobre a origem de suposta escuta clandestina.

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PF pede a transferência de Youssef e Paulo Roberto Costa

A Polícia Federal (PF) do Paraná solicitou nesta quinta-feira (10) a transferência dos 14 presos envolvidos na Operação Lava-Jato detidos em Curitiba para presídios federais, de segurança máxima, e estaduais. Entre eles estão o doleiro Alberto Youssef e o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa. A solicitação da PF é para que a menos três detidos fossem encaminhados para presídios federais e que os outros 11 fossem transferidos para prisões estaduais.

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A Polícia Federal (PF) faz nesta sexta-feira (11) buscas na sede da Petrobras, no Rio de Janeiro, e cumpre mais dois mandados de prisão, além de quatro conduções coercitivas, contra suspeitos de participação no esquema de lavagem de dinheiro investigado pela Operação Lava-Jato. Os alvos, cujos mandados são de prisão temporária, moram em São Paulo. Até as 10h30, a PF tinha informações de que um deles já tinha sido localizado e detido. O órgão prometeu divulgar um balanço da ação na tarde desta sexta.

A PF cumpre ao todo 21 mandados – dois de prisão temporária, quatro de condução coercitiva e 15 de busca e apreensão. As ações são parte da Operação Lava-Jato e estão em curso em São Paulo, em Campinas, no Rio de Janeiro, em Macaé e em Niterói. Ainda não há informação sobre quantos dos mandados de busca e apreensão eram referentes à sede da Petrobras e não precisaram ser usados.

A operação investiga uma organização criminosa suspeita de movimentar mais de R$ 10 bilhões com câmbio ilegal, lavagem de dinheiro, tráfico de drogas, exploração e comércio ilegal de diamantes, corrupção de agentes públicos e outros crimes. A operação foi chamada Lava Jato por causa do uso de postos de combustíveis e de uma rede de lavanderias para a lavagem de dinheiro.

O ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa está preso desde o mês passado pela Operação Lava-Jato, acusado de envolvimento com o doleiro Alberto Yousseff, que lavaria dinheiro de propinas de fornecedores da petroleira. A primeira fase da operação focou doleiros. Um dos desdobramentos da operação foi a relação entre o deputado paranaense André Vargas (PT) e Youssef. Existe a suspeita de que o parlamentar trabalhava para beneficiar o doleiro e essa relação entre eles deve ser investigada pelo Supremo Tribunal Federal, já que Vargas tem foro privilegiado por ser deputado federal. André Vargas nega que tenha cometido qualquer ato ilícito.

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Petrobras

O jornal O Estado de S. Paulo apurou que nesta fase da operação o foco são as relações do esquema criminoso com a Petrobras. Uma das empresas que estariam sendo investigadas seria a Ecoglobal Ambiental, com sede em Macaé (RJ), que fechou contratos sem licitação com a estatal nos últimos anos.

Agentes da Polícia Federal (PF) chegaram à sede da Petrobras antes das 10 horas desta sexta, de acordo com informações de um segurança da entrada do estacionamento do prédio, na Avenida Chile, no centro do Rio. Segundo o profissional da estatal, ele foi informado da entrada dos agentes pelo colega do turno anterior. A passagem de turno ocorre às 10 horas. Por isso, o segurança ouvido pelo jornal não soube precisar se os policiais ainda estariam no prédio nem o horário exato da chegada.

De acordo com o segurança da sede da Petrobras, os policiais entraram a pé, pelo estacionamento, e foram recebidos por funcionários do setor jurídico da estatal, que desceram para receber os agentes da PF. Perguntado se os policiais foram cumprir mandados de busca, o segurança respondeu: "Não eram mandados, mas intimações".

Questionados sobre se ele ou o colega haviam visto os documentos mostrados pelos policiais, o segurança respondeu negativamente, creditando a informação aos advogados da Petrobras.

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No meio da tarde desta sexta, a Petrobras informou, em comunicado, que recebeu uma Ordem Judicial para entrega de documentação sobre um contrato investigado pela Polícia Federal. Um delegado e três agentes da polícia foram recebidos pela própria presidente da Petrobras, Graça Foster, em uma sala de reunião. Segundo o comunicado, a presidente acionou "imediatamente" a gerência jurídica da empresa para dar encaminhamento às solicitações dos agentes.

O comunicado informa ainda que a empresa cumpriu as determinações expedidas pela Seção Judicial do Paraná. Veja o comunicado na íntegra: "A Petrobras recebeu hoje (11/4) e cumpriu imediatamente Ordem Judicial para entregar documentação referente a uma específica contratação. A Ordem Judicial foi expedida pela Seção Judiciária do Estado do Paraná. Um delegado e três agentes da Polícia Federal foram recebidos pela presidente da Petrobras, Maria das Graças Silva Foster, em uma sala de reunião. Imediatamente, a presidente acionou a Gerência Jurídica da companhia para tomar todas as providências, com vistas ao cumprimento da Ordem Judicial."

Prisões chegam a 25

Com uma prisão confirmada, o total de detenções desde o início da operação, em março, passa a 25. Nem o perfil do detido nem a razão das prisão desta sexta foram informados pela corporação.

Os policiais também cumprem 15 mandados de busca e apreensão, que pretendem coletar documentos e dinheiro do esquema. Quatro mandados de condução coercitiva, de pessoas que devem ser ouvidas pela PF, também devem ser cumpridos. As cidades em que ocorre o cumprimento de todos esses mandados são: São Paulo (SP), Campinas (SP), Rio de Janeiro (RJ), Macaé (RJ) e Niterói.

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Operação Lava-Jato

A operação Lava-Jato foi deflagrada pela Polícia Federal no dia 17 de março e prendeu 24 pessoas em sete estados investigadas por crimes contra o sistema financeiro. Entre os presos estava o doleiro Alberto Youssef, de Londrina, que teve envolvimento no desvio de pelo menos US$ 30 bilhões do banco Banestado na década de 1990.

Escutas telefônicas feitas pela PF indicaram ainda o envolvimento do ex-vice-presidente da Câmara dos Deputados, André Vargas (PT-PR), que é investigado pelo uso de um jatinho particular do doleiro. Também há suspeita de envolvimento do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, que foi preso no dia 20 de março após tentar destruir documentos.