Baiano: presidentes da Câmara e do Senado estariam na lista.| Foto: Brunno Covello/Gazeta do Povo/Arquivo

O lobista Fernando Soares, apontado como o operador do PMDB no esquema de corrupção na Petrobras pelas investigações da Operação Lava Jato, fechou o acordo de delação premiada. A informação da delação de Fernando Baiano, como é conhecido, foi publicada na edição desta quinta-feira (10) do jornal Valor Econômico.

CARREGANDO :)

Baiano teria dito que pode entregar informações sobre a participação de políticos de peso no esquema de desvios da Petrobras. Entre eles estão o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL); o ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN); o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ); e o senador Delcídio do Amaral (PT-MS).

Publicidade

A assinatura do acordo foi feita com a Procuradoria Geral da República (PGR) e aconteceu no dia em que ele foi transferido definitivamente do Complexo Médico Penal, em Pinhais, para a Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba – onde o lobista se reúne com procuradores há mais de um mês para negociar o conteúdo que irá delatar e os benefícios que receberá em troca.

Segundo a reportagem apurou, houve dois grandes entraves na negociação: a defesa de Baiano solicitou que o lobista fosse solto assim que assinasse o acordo, e o réu queria negociar a possibilidade de morar nos Estados Unidos com a família depois que saísse da cadeia. Em ambos os casos a PGR não cedeu.

Baiano não sairá da carceragem PF após fazer a delação. Segundo pessoas ligadas à defesa do lobista, ele deve permanecer pelo menos mais dois meses preso. A chance de o operador se mudar para o exterior também foi vetada.

Negociação

Antes de assinar no acordo de delação premiada, Fernando Baiano e seu advogado, o criminalista Sérgio Riera, reuniram-se pelo menos cinco vezes com representantes da PRG. Uma das reuniões mais longas, segundo pessoas que acompanharam a movimentação dos advogados e procuradores, foi a da quarta (9), que durou cerca de seis horas.