Em represália ao governo, que não permitiu a criação de uma CPI sobre a crise no setor aéreo, a oposição impediu nesta terça-feira a votação de projetos de combate à violência e do fim do voto secreto no Congresso.

CARREGANDO :)

``A oposição está sem rumo e não votamos projetos de interesse do país. Vamos perder uns 15 ou 20 dias se essa obstrução continuar'', disse o vice-líder do governo, deputado Henrique Fontana (PT-RS).

A Comissão de Constituição e Justiça da Câmara deve votar na quarta-feira o recurso apresentado pelo PT contra a instalação da CPI. O partido alegou ausência de fato determinado para requerer efeito suspensivo. A oposição recorreu ao STF para tentar criar a CPI e promete manter a tática de obstrução das votações na Câmara.

Publicidade

Apesar da dor de cabeça à base aliada, a oposição não tem número suficiente para derrotar o governo. Conta, no entanto, com instrumentos para fazer uma ``operação tartaruga'' nas decisões de plenário.

Líderes da base de sustentação do governo tentaram um acordo que permitisse, ao menos, a votação de propostas do Legislativo, como a PEC do voto aberto, projetos de interesse da bancada feminina e projetos de combate à violência na Comissão de Constituição e Justiça, uma reação do Parlamento ao crime organizado.

Em sua defesa, as bancadas oposicionistas reclamam o direto constitucional da minoria de criar CPIs. Na semana passada, o governo conseguiu impedir a instalação de uma investigação parlamentar sob argumento de que o objetivo real era desgastar o governo.

``Esta semana, a gente ganha. Vai votar alguma coisa, mas em passo muito lento'', disse o deputado Antônio Carlos Magalhães Neto (PFL-BA).

Alguns parlamentares alertam que os atrasos nas votações podem comprometer a apreciação das medidas do PAC, programadas para a próxima semana.

Publicidade
Veja também
  • FHC teme futuro sombrio sem mudanças no sistema político
  • Audiência do Conselho de Ética para ouvir o vereador Oliveira da Ambulância deve ser adiada
  • Depois do ultimato de Lula, PT escolhe os "ministeriáveis"