Brasília, DF - O ingresso da Venezuela no Mercosul segue para a última etapa de discussão pelo Congresso brasileiro. O assunto deve entrar na pauta do plenário do Senado já nesta quarta-feira. Com maioria, a base aliada ao presidente Lula prevê a aprovação do país no bloco econômico mesmo com a promessa de líderes oposicionistas em dificultar a votação. A disposição dos governistas é aprovar o protocolo até o meio deste mês.
Os governistas vão tentar convencer a base de que o ingresso do país no Mercosul trará ganhos econômicos ao Brasil, com a disposição do presidente Hugo Chávez em industrializar o país. Com o lobby da iniciativa privada em favor da Venezuela, a base aliada também espera sensibilizar congressistas da oposição. A ordem no governo é insistir que a entrada da Venezuela no bloco não representa uma vitória política de Chávez.
O líder do DEM, José Agripino Maia (RN), diz que uma das possibilidades para dificultar a aprovação é obstruir a pauta do plenário. Junto com o PSDB, ele afirma que a votação não deve ocorrer até que a Venezuela se comprometa com algumas ressalvas entre elas, aceitar uma apuração da Organização dos Estados Americanos (OEA) sobre acusações de violação de direitos humanos.
"Pelo povo [venezuelano] e pelo país o ingresso já estava aprovado, mas não podemos aceitar posições chavistas, disse Agripino Maia. A oposição aposta ainda que pode contar com o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), para retardar a votação. O peemedebista já fez manifestações contrárias ao ingresso do país no Mercosul.
A base, no entanto, diz acreditar que o senador não vai priorizar seu posicionamento pessoal. "Sarney não vai confundir as coisas, afirmou Renato Casagrande (PSB-ES).
Se o protocolo passar pelo plenário, o Paraguai será o único integrante do bloco que ainda não terá concluído a análise do ingresso da Venezuela. A Argentina e o Uruguai já aprovaram o protocolo de adesão.
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