O PFL e o PSDB tentaram vincular nesta quarta-feira o esquema dos sanguessugas ao governo federal, afirmando que 50 dos 57 parlamentares investigados são da base aliada ao Palácio do Planalto. Na lista dos supostos envolvidos no escândalo, três são tucanos e quatro são pefelistas. Nenhum investigado citado no esquema, porém, é do PT.

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- Os 50 são (da base) do governo. E o dinheiro (do esquema) vem do governo federal - atacou o candidato tucano à Presidência, Geraldo Alckmin.

O prefeito do Rio, Cesar Maia, também lembrou que o Executivo teve participação no escândalo, já que as verbas saíam do Ministério da Saúde.

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- Eu fico chocado não com a lista, mas porque não se destacou que o Executivo teve participação no escândalo, já que negociações eram feitas dentro do gabinete do ministro. O dono da Planam foi quem falou isso, não se faz um sistema desses sem participação do Executivo, que é quem libera, fiscaliza as verbas - disse.

Quatro dos dez partidos políticos com integrantes suspeitos de envolvimento na máfia das ambulâncias anunciaram que poderão expulsar os membros que tiverem sua participação comprovada. O presidente do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), garantiu que, se comprovada a culpa, a punição aos tucanos será a expulsão da legenda.

- Não vamos fingir que não vimos. O PSDB não vai permitir mensaleiros, sanguessugas. Os que tiverem envolvimento comprovado, serão expulsos - prometeu.

O presidente do PFL, senador Jorge Bornhausen (SC), afirmou na terça-feira que os quatro nomes do partido apontados na relação da CPI serão chamados a prestarem esclarecimentos à Executiva Nacional.

O PTB divulgou nota na qual afirma que vai esperar o desfecho da investigação para decidir o futuro dos 13 deputados federais sob a mira da CPI.

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- O deputado do PTB que comprovadamente estiver envolvido nas denúncias de malversação de dinheiro público será levado à Comissão de Ética com pedido de desligamento dos quadros do partido - diz a nota da Executiva Nacional da legenda.

O PPS, por sua vez, afirmou que vai pedir ao deputado Ricardo Estima (SP) que encaminhe à direção da legenda a mesma defesa prévia que apresentará à comissão. Na nota, o partido afirma que o parlamentar nega ter apresentado emendas ao Orçamento da União para a liberação de recursos para a compra de ambulâncias.

O presidente do Congresso Nacional, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), pregou cautela para evitar um julgamento precipitado das pessoas apontadas.

- Não se pode generalizar. Os parlamentares da lista são acusados, são suspeitos, mas não tiveram culpa comprovada - argumentou.

O PMDB tem cinco integrantes investigados pela CPI. Um deles é o líder do partido no Senado, Ney Suassuna (PB), que nega qualquer participação no caso. O partido ainda não se posicionou oficialmente em relação à suspeita. Os demais partidos citados - PSB, PL, PP, PSC e PRB - ainda não divulgaram se tomarão algum tipo de providência para apurar o suposto envolvimento de seus integrantes no escândalo.

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