Investigadas
Veja as obras do Dnit no PR que são investigadas pelo TCU por suspeitas de irregularidades:
Vários trechos de recuperação na BR-476.
Trecho entre o trevo da BR-116 com a BR-476 e o município de Araucária.
BR-153, em Tibagi.
Contorno Norte de Maringá, na BR-476.
Trecho na BR-487, a Estrada Boiadeira, no Noroeste.
Construção de vias marginais à BR-277, na travessia urbana de Cascavel.
Fonte: TCU
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As suspeitas de irregularidades em obras comandadas pela superintendência no Paraná do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) não se restringem apenas ao Contorno Norte de Maringá, cujos prejuízos aos cofres públicos somam R$ 10,5 milhões, segundo o Tribunal de Contas da União (TCU). Pelo menos outras cinco obras iniciadas no estado são alvo de investigação do órgão veja quadro. Entre os principais problemas levantados pelo TCU estão direcionamento de licitações, pagamentos por serviços não executados e favorecimento de empresas. O prejuízo causado aos cofres da União com as seis obras chega a R$ 28,1 milhões, segundo o TCU.
Nos acórdãos a respeito das obras sob suspeição, os ministros do tribunal são bastante incisivos ao elencar as irregularidades nas obras realizadas em algumas rodovias que cortam o Paraná. Em um dos relatórios, por exemplo, o ministro Raimundo Carreiro afirma que os procedimentos entre alguns servidores do Dnit e determinada construtora "sinalizam a existência de conluio" e dão "fortes indícios de ação mancomunada". As afirmações fazem referência a uma série de obras sob suspeita de 17 irregularidades, que, em novembro de 2009, causou o bloqueio dos bens de cinco servidores e da empresa vencedora da maioria das licitações na época, todos os acusados negaram as irregularidades.
A maioria das irregularidades foi detectada em obras na BR-476. Em uma delas, o Dnit dispensou de maneira irregular o processo licitatório em favorecimento da Exato Engenharia e alegou a necessidade de realização de serviços emergenciais na rodovia para a contratação da empresa o que, segundo o TCU, não era necessário. Já em obras entre os quilômetros 20 e 23 da BR-476, na altura de Adrianópolis, no Vale do Ribeira, a construtora subcontratou os serviços de outra companhia, pagando uma quantia 4,6 vezes menor em relação ao valor com o qual havia vencido a licitação. Somente nessa manobra, o prejuízo aos cofres públicos passou de R$ 5 milhões.
Pagamentos indevidos também foram detectados em obras na BR-153, em Tibagi, nos Campos Gerais, por meio da maquiagem nas medições de serviços "medidos e não executados", "que não foram medidos" ou "medidos em duplicidade".
Boiadeira
Promessa de campanha de quase todos os últimos candidatos a governador do Paraná, a conclusão da BR-487, conhecida como Estrada Boiadeira, está impedida pelo TCU. A rodovia, que tem 170 km de extensão entre Cruzeiro do Oeste, no Noroeste, e Porto Camargo (MS), serviria de alternativa para o transporte de produtos agropecuários. Mas os trabalhos de pavimentação vêm sendo marcados por interrupções desde 1986.
Em 2003, o TCU determinou a suspensão da obra devido a suspeitas de fraude na licitação, por meio do conluio entre as empresas participantes. Os trabalhos foram reiniciados em março de 2009, mas o tribunal identificou uma alteração indevida no contrato das obras, o que levou a uma nova paralisação seis meses depois. Até agora, apenas 30 km da estrada estão concluídos.
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