Apontado como um dos vilões do caos que atinge o setor aéreo há mais de dez meses, marcado por duas tragédias que mataram mais de 350 pessoas, o presidente da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Milton Zuanazzi, afirma, em entrevista ao jornal "O Globo" deste domingo, que renunciar ao cargo seria um ato de covardia.
- Covardia com o povo brasileiro porque nós, mais do que ninguém, somos sabedores das soluções que podemos ter para o problema aéreo e também por estarmos entregando a alguém que não tenha essas soluções. É um ato de covardia com a gente mesmo. Eu não sou covarde comigo e não serei com o povo brasileiro. Não sou apegado a cargos, e o que me mantém na Anac não é esse apego, mas a responsabilidade. Seria irresponsabilidade eu simplesmente virar as costas e ir embora, na hora em que o país mais precisa de mim e do nosso trabalho - disse o presidente da Anac.
Zuanazzi admite que a agência que preside não tem força de atuação, mas afirma que a culpa não é das pessoas que estão lá. Segundo ele, todas as agências reguladoras foram criadas dentro de um marco regulatório para o setor que deveriam supervisionar. A Anac, não. Respondendo a pergunta sobre o que ele acha de uma possível alteração na legislação para mudar a diretoria das agências, o presidente afirma ainda que o investidor prefere que a agência não sofra interferências políticas.
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