Policiais federais decidiram cruzar os braços nesta quarta-feira (18) para pressionar o governo a cumprir o acordo firmado no ano passado concedendo 60% de reajuste salarial. A manifestação também ocorre em todo o Paraná. Em Foz do Iguaçu, no Oeste do estado, os policiais federais se concentraram na Ponte da Amizade, onde realizam operação padrão. Ou seja, a fiscalização está sendo feita de maneira mais demorada.

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Durante 24 horas, apenas serviços essenciais, como escolta e guarda de presos, não serão interrompidos. Mas as investigações, operações, digilências e tomadas de depoimentos ficarão prejudicadas, informou o presidente do Sindicato dos Policiais Federais no Distrito Federal (Sindipol-DF), Luís Cláudio Avelar.

Segundo ele, nem a Operação Hurricane, que desmontou um esquema de exploração de jogo ilegal, corrupção e venda de decisões judiciais para donos de bingos e máquinas caça-níqueis, escapará da paralisação. "Os depoimentos que seriam tomados nesta quarta, assim como as diligências previstas, estarão prejudicadas", disse.

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O prejuízo às investigações depende, no entanto, da disposição dos agentes e delegados envolvidos na Operação Hurricane de cruzar os braços. Mas o presidente do Sindipol acredita que será inevitável, já que a prisão dos magistrados, advogados e contraventores foi prorrogada por apenas cinco dias. "As investigações precisam avançar nos próximos cinco dias, antes que os presos voltem às ruas", alertou Avelar.

A Polícia Federal não comenta movimentos grevistas, mas avalia, internamente, que as investigações da Operação Hurricane não sofrerão grande impacto.

O G1 apurou que a perícia do material apreendido vai atrasar, já que os policiais do Instituto Nacional de Criminalística aderiram em peso à paralisação. Por outro lado, a análise de documentos e arquivos de computador, feita por agentes, não será prejudicada. E a retomada dos depoimentos depende agora dos advogados dos presos, que tiveram acesso aos autos do inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) nesta terça-feira (17). Eles vão decidir se seus clientes, presos na Operação Hurricane, vão colaborar com as investigações.

Aeroportos

A população deve enfrentar problemas nos aeroportos. Em Brasília, por exemplo, foi deflagrada a operação padrão, ou seja, o efetivo será reduzido e a fiscalização, mais rigorosa.

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"Se trabalhar direito, ou seja, se a Polícia Federal for mais criteriosa, já causará um transtorno, porque não há estrutura", admite o presidente do Sindicato dos Policiais Federais no DF.

Reivindicações

Os policiais federais querem que o governo cumpra o acordo firmado em 2006 concedendo 60% de reajuste salarial em duas parcelas. "A primeira seria paga em julho e outra em dezembro. Não vimos um centavo. O governo não cumpre a própria palavra", acusou Avelar.

A categoria reivindica ainda que seja enviada para aprovação do Congresso Nacional a lei orgânica da PF. "Somos regidos pela lei do servidor público", criticou.

Os policiais devem realizar nova assembléia no fim da tarde desta quarta-feira para decidir se voltam ao trabalho após 24 horas de paralisação.

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