O PDT decidiu nesta sexta-feira, em reunião do seu diretório nacional, entrar para a base do governo, mas ainda não definiu quem irá apoiar para a presidência da Câmara.
O ingresso na coalizão governamental foi sacramentado em votação, com 151 votos a favor, 31 contra e uma abstenção. O candidato do PDT à presidência da República, Cristovam Buarque, não compareceu à reunião do diretório e, segundo integrantes do partido, era contrário ao ingresso na base do governo.
``Ele foi demitido pelo telefone. Tem razões pessoais para não querer aderir'', disse um integrante do partido sob a condição do anonimato.
O presidente do PDT, Carlos Lupi, foi favorável a adesão à base com o argumento de que de dentro do governo é mais fácil defender as questões de interesse do trabalhador do que fora dele.
``Estamos na coalizão para defender princípios. Para defender os interesses do povo brasileiro. Se alguém quiser mexer com os direitos trabalhistas vai ter a nossa oposição'', disse Lupi a jornalistas.
O ingresso do PDT na coalizão, segundo Lupi, não pressupõe cargos no governo.
``Poderemos participar da base sem cargos. Só para marcar as nossas propostas dentro do governo. Nós somos assim, um partido diferente'', afirmou.
O PDT não se posicionou por nenhuma das candidaturas lançadas à presidência da Câmara dos Deputados, mas Lupi garantiu que, assim que a decisão for tomada, o partido votará em bloco. A preferência dos pedetistas é por uma candidatura única da base.
``Se for impossível, faremos a nossa opção'', comentou Lupi.
O presidente do PDT apresentou aos dois candidatos da base, Aldo Rebelo (PCdoB-SP) e Arlindo Chinaglia (PT-SP), uma série de propostas, como a limitação do uso de medidas provisórias, o fim do voto secreto e da convocação parlamentar em época de recesso e a criação de um teto transparente para a remuneração dos parlamentares, ``acabando com os penduricalhos''.
``A partir da resposta a esses pleitos começaremos a definir o nosso apoio''.
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