As eleições internas do PT, marcadas para este domingo, mais do que o nome dos dirigentes do partido, deve decidir o futuro da sigla no Brasil e no Paraná. O partido vive seu pior momento justamente quando tornou-se o maior do país e ocupa o governo.

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Os militantes petistas terão a chance neste domingo de opinar, por meio do voto, sobre a atuação dos atuais dirigentes. Vinte mil petistas deverão comparecer às urnas no Paraná.

De um lado, o Campo Majoritário, que comanda o partido e tem em seus quadros os principais dirigentes nacionais - entre eles o presidente Lula e o ex-ministro José Dirceu, uma das figuras mais atingidas pela crise em Brasília. Também no Paraná, os petistas de mais destaque pertencem ao grupo, como o ministro Paulo Bernardo; o prefeito de Londrina, Nedson Micheleti; o diretor da Itaipu, Jorge Samek; e o presidente estadual da legenda, deputado André Vargas, que concorre à reeleição.

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No outro lado, parlamentares de outras tendências internas se mobilizam para trocar a direção. Mesmo em chapas diferentes, petistas como o deputado federal Dr. Rosinha, o estadual Tadeu Veneri e o ex-prefeito de Maringá João Ivo Caleffi, colocam-se como alternativas à administração de Vargas. Todos já declararam solidariedade no segundo turno, caso um deles tenha de enfrentar o candidato do Campo Majoritário.

O discurso dos oposicionistas é que toda a crise foi gerada pelas ações do grupo que dirige atualmente o PT, principalmente a política de alianças e a linha econômica adotada pelo governo Lula.

Do lado do Campo Majoritário, Vargas apresenta como credencial para ser reeleito o crescimento do partido durante os quatro anos de sua gestão. O atual presidente cita o crescimento do número de municípios onde o PT está organizado (de 150 para 324) e as bancadas federal e estadual, no Paraná, que tornaram-se as mais numerosas em 2002.

Mesmo reconhecendo que o PT atravessa uma crise, a análise de André Vargas é otimista em relação do futuro do partido. "Não vai ser essa catástrofe que estão imaginando, é mais uma vontade que aconteça do que realidade", acusa.

Conseqüências

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O deputado afirma ainda que é difícil avaliar as conseqüências do processo uma vez que ainda está em andamento. "Sofremos um processo de criminalização permanente. Temos avaliação de que estão tratando bem demais o PSDB, que tem os seus envolvidos e atacando o PT. Certamente tem consequencias", afirma.

Para o presidente petista no Paraná, o momento é para que o partido se uma e garanta o apoio ao presidente Lula. "O PT tem projeto, candidatura própria, Lula tem 50% de aprovação. A eleição será no ano que vem."

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