A Polícia Federal (PF) abriu inquérito para investigar denúncias de irregularidades no Ministério da Agricultura. De acordo com a assessoria de imprensa da PF, o inquérito de número 1526 foi instaurado na segunda-feira (15).

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De acordo com o jornal "O Globo", na própria segunda-feira a PF ouviu o ex-chefe da comissão de licitação da pasta Israel Leonardo Batista, que afirmou em reportagem da revista "Veja" do fim de semana que o então ministro da Agricultura, Wagner Rossi, tinha conhecimento de fraudes em licitações. A PF não confirmou o depoimento de Batista.

Após a publicação da reportagem da "Veja", durante o fim de semana, o ministro afirmou em nota oficial que Batista responde a processo administrativo disciplinar por sua conduta no Ministério da Agricultura. Rossi acusou ainda a revista de tentativa de "assassinato de reputação".

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Nesta quarta-feira (17), o Ministério da Agricultura publicou no Diário Oficial da União a instauração de uma comissão de sindicância para apurar as denúncias da "Veja".

A Controladoria Geral da União (CGU) havia informado na semana passada ter criado comissão para investigar denúncias sobre a atuação de um suposto lobista dentro do Ministério da Agricultura.

Wagner Rossi pediu demissão do cargo nesta quarta-feira (17).

Crise

No último mês, o ex-ministro da Agricultura foi alvo de diversas denúncias. Em depoimentos no Congresso, ele negou ter conhecimentos de irregularidades na pasta.

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Lobby

Reportagem da revista "Veja" afirmou que um lobista que atuaria em uma sala no prédio do ministério e intermediaria negócios com empresas. De acordo com a revista, Julio Fróes, o suposto lobista, teria um "escritório clandestino" dentro do ministério no qual prepararia editais, analisaria processos de licitação e defenderia os interesses de empresas nesses processos. Rossi negou que o lobista atue no ministério.

Irregularidades na Conab

Outra denúncia da revista havia motivado a instauração de auditoria da Controladoria-Geral da República (CGU) para apurar denúncias de irregularidades na pasta feitas pelo ex-diretor da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Oscar Jucá Neto. Jucá Neto afirmou que havia desvio de dinheiro da Conab.

Wagner Rossi afirmou que Jucá Neto criou "caso político" após ser demitido por ter cometido irregularidades.

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Licitação

Neste fim de semana, a "Veja" trouxe o depoimento de Israel Batista dizendo que Rossi pode ter recebido propina em uma licitação. Em nota oficial, o ministro negou as denúncias.

Jatinho

Em nota divulgada nesta terça-feira (15), o ministro admitiu que já viajou de carona em um jatinho de uma empresa do ramo agropecuário que recebeu autorizações do ministério para produzir medicamento contra a febre aftosa, mas nega que a empresa tenha recebido "privilégios ou tratamento especial".

A informação de que Rossi viajou no jatinho da Ourofino Agronegócios foi divulgada na edição desta terça do jornal "Correio Braziliense". De acordo com o jornal, Rossi e o filho, o deputado estadual Baleia Rossi (PMDB-SP), são vistos frequentemente desembarcando do avião no aeroporto de Ribeirão Preto, onde o ministro mantém residência.

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