Um dos mandados de busca e apreensão da Operação Custo Brasil, desdobramento da Lava Jato conduzido pela Justiça Federal paulista, foi cumprido nesta quinta-feira (23) na sede nacional do PT, no centro de São Paulo. De acordo com agentes, o foco era a sala da tesouraria do partido, que era ocupada por João Vaccari, que está preso em Curitiba por causa de envolvimento no esquema investigado pela Operação Lava Jato. No local, foram apreendidos documentos. De acordo com agentes, não foi encontrado dinheiro no local. O atual tesoureiro do PT é Márcio Macedo.
A Rua Silveira Martins, onde fica a sede do PT, foi interditada para carros e apenas pedestres tiveram autorização para passar. O presidente do PT, Rui Falcão, estava em Brasília e ao saber da operação na sede do partido embarcou para São Paulo.Nenhum dirigente da legenda estava no local no momento da chegada da PF.
Ex-ministro Paulo Bernardo é preso; PF faz buscas na casa de Gleisi Hoffmann
Leia a matéria completaA Operação Custo Brasil também prendeu o secretário de Gestão da prefeitura de São Paulo, Valter Correia, também foi detido e sua casa foi alvo de busca e apreensão. Correia foi nomeado para o posto pelo prefeito Fernando Haddad (PT) em março do ano passado. Antes, entre fevereiro de 2011 e novembro de 2012, foi secretário-adjunto do Ministério do Planejamento. De 2012 a 2015, foi chefe da Assessoria Especial para Modernização da Gestão da pasta. O secretário de Planejamento é ligado ao ex-ministro Paulo Bernardo, um dos presos na operação.
A operação apura o pagamento de propina, proveniente de contratos de prestação de serviços de informática com a empresa Consist, na ordem de R$ 100 milhões, entre os anos de 2010 e 2015, a pessoas ligadas a funcionários públicos e agentes públicos do Ministério do Planejamento. O ex-ministro do Planejamento, do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, e das Comunicações, no primeiro mandato de Dilma Rousseff, Paulo Bernardo foi preso no âmbito da operação.
Outro preso
Também foi preso preventivamente o empresário Dércio Guedes de Souza, dono da JD2, que já havia sido alvo da fase Pixuleco 2 da Lava Jato. Na Pixuleco 2, a PF descobriu que Correia da Silva era um dos destinatários da propina oriunda da Consist devido ao contrato com o Ministério do Planejamento para renovar o termo de parceria de crédito consignado entre a ABBC/Sinapp/Consist.
Preso na mesma fase, o vereador do PT de Americana, Alexandre Romano, assinou acordo de delação e contou aos investigadores que um terço da propina ficava com o ex-ministro Paulo Bernardo. Segundo o delator, em 2009 ele foi convidado pelo então tesoureiro do PT, Paulo Ferreira, para participar das tratativas da operação envolvendo a entidades Sinapp e ABBC.
Por sua vez, Nelson Luiz de Oliveira Freitas já estava na mira dos investigadores por suposto recebimento de propina em contrato da Postal Saúde, responsável por gerenciar o plano de assistência médica dos funcionários dos Correios.
O empresário Dércio de Souza e sua empresa, a JD2, já haviam sido alvo de busca e apreensão na Pixuleco por terem sido destinatários da propina da Consist.
Jornalista
Outro investigado pela PF é o jornalista Leonardo Attuch, dono do site “Brasil 247”, alinhado ao PT. A PF ainda não informou qual é a suposta participação do jornalista no caso.
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