O empresário Augusto Ribeiro de Mendonça Neto, dono da Setal Engenharia e um dos delatores do esquema de corrupção na Petrobras, entregou à Polícia Federal (PF) contratos e notas fiscais, que segundo ele, comprovam o pagamento de propina ao ex-diretor da estatal Renato Duque. Duque é apontado pela PF e pelos delatores Alberto Youssef e Paulo Roberto Costa como o responsável pelo desvio de recursos para abastecer o PT. As notas fiscais entregues à polícia somam cerca de R$ 40 milhões.
âDe acordo com os documentos, entre 2009 e 2012, o repasse de dinheiro para Duque foi feito através de pagamentos de falsas consultorias feitas pelas empresas Power To Tem Engenharia, Legend Engenheiros Associados, Rock Star Marketing, SM Terraplanagem e Soterra Terraplanagem. Para justificar as transações, foram assinados pelo menos cinco contratos, todos com cláusulas de confidencialidade, entre Mendonça e empresas de fachadas no valor total de R$ 40 milhões.
Todas as firmas já eram conhecidas da Polícia Federal. Em 2012, elas foram apontadas como as empresas de fachadas utilizadas pelo empresário Fernando Cavendish, ex-dono da construtora Delta, para desviar recursos de obras públicas. No mesmo ano, durante a CPI que investigou o caso Delta, Cavendish delatou o esquema.
Mendonça Neto é dono de 17 empresas e usou várias delas para repassar o dinheiro de propina - Projetec, Tipuana Participações, Setal e PEM Engenharia estão na lista das empresas dele que repassaram propina ao esquema de Renato Duque, ligado ao PT, e de Paulo Roberto Costa e do doleiro Alberto Youssef, ligado ao PP.
O empresário também apresentou extratos de contas de aparelho celular que indicam comunicação com novos interlocutores relacionados a empreiteiras que participavam do cartel formado para desviar dinheiro da Petrobras - Odebrecht e Skanska. Foram detalhadas ainda ligações feitas a executivos da Camargo Corrêa.
Também já estão nas mãos da Polícia Federal detalhes dos pagamentos efetuados ao grupo de Costa, que usava empresas de fachada como a empreiteira Rigidez e a MO Consultoria, usadas pelo doleiro Alberto Youssef.
- Petrobras vai acompanhar audiências da 7ª fase da Lava Jato
- Advogado de Youssef vai pedir acareação com o empresário Leonardo Meirelles
- Petrobras cogitou contratar Odebrecht para para modernizar Pasadena, admite Gabrielli
- Odebrecht investe contra "violadores de sigilo" da Lava Jato
- Depoimento de policial federal que acusa Anastasia é remetido ao STF
- Executivos e delegado são ouvidos na Lava Jato
- Juiz da Lava Jato refuta acusações da defesa de empreiteiros
Deixe sua opinião