O Diretório Municipal do PMDB em Curitiba recebeu nesta sexta-feira (4) um pedido para o afastamento do vereador Algaci Túlio do partido devido a denúncia de que o parlamentar recebi dinheiro de publicidade da Câmara de Vereadores da capital. Em entrevista no mês de abril, Algaci admitiu ainda comprar notas fiscais para justificar a verba. O pedido de afastamento foi protocolado pelo presidente paranaense da Fundação Ulysses Guimarães, Rafael Xavier e deve ser julgado pela Comissão de Ética da legenda.

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O secretário-geral do PMDB de Curitiba, Doático Santos, explicou que o pedido de Xavier será remetido ao presidente da legenda na cidade, o senador Roberto Requião. Pelo regimento, ele é responsável pelo encaminhamento ao Conselho de Ética, que terá dez dias para decidir se abre um procedimento contra o vereador ou não. "Uma vez admitido, abre-se então o processo de análise, de defesa, a oitiva de testemunhas, etc. E em 30 dias terá uma posição", explicou.

Santos lamentou a situação do vereador, mas disse que o partido é maduro o suficiente para decidir a atitude a ser tomada neste caso. "É uma situação muito traumática. Por um lado, o Algaci é um companheiro, amassou barro com a gente pelos bairros. Ao mesmo tempo, é uma situação difícil pela forma que esta questão veio a tona", analisou.

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Negócio Fechado

Algaci Túlio foi um dos vereadores denunciados pela série de reportagens "Negócio Fechado", produzida pela Gazeta do Povo e pela RPC TV sobre o destino das verbas de publicidade da Câmara de Vereadores de Curitiba. Notas fiscais revelaram que parte do dinheiro foi destinado a veículos de comunicação de parlamentares. Entre os beneficiados estavam Algaci Túlio e o ex-vereador Luís Ernesto (PSDB), ambos admitiram que a verba dop Legislativo foi gasto em seus programas de rádio.

Questionado pela reportagem, Algaci disse que encontrou uma "estratégia" para receber recursos de propaganda do Legislativo municipal. "A verdade é que existia uma verba para os vereadores que têm meio de comunicação pra publicitar a Câmara", disse Algaci. Para poder receber uma fatia dos recursos disponíveis, o vereador confessa que precisou ir em busca de notas fiscais de empresas que pudessem ser apresentadas como comprovação dos serviços prestados. "A gente comprava nota. Muitos [comunicadores] que não têm empresa compram nota de uma empresa de publicidade", conta o vereador, que admite que a prática não é correta. "Na verdade [compra de notas] é uma barbaridade."