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A polícia descobriu a origem de duas das mais de 200 ossadas humanas que foram jogadas no Aterro Sanitário de Gramacho. Elas teriam saído dos cemitérios de Inhaúma e de Realengo. A descoberta foi feita com a análise de uma prótese e de um marcapasso.

A direção da Santa Casa de Misericórdia, que administra os cemitérios, não foi encontrada para comentar a notícia. A polícia informou que, na manhã desta quinta-feira, irá aos dois cemitérios e que pretende ouvir parentes das duas pessoas de quem seriam os restos mortais.

Duas equipes da Polícia Civil percorreram 12 cemitérios do Rio, em busca da origem das ossadas. Os agentes querem saber, principalmente, qual o destino dado aos ossos depois da exumação. Em alguns cemitérios, eles são recolhidos em um ossário coletivo.

Outra linha de investigação tem como base pistas encontradas nos ossos e sacos plásticos. Uma prótese de fêmur já foi examinada por médicos que, através da numeração de série, tentam chegar ao nome da pessoa.

- Esse número de série sempre faz constar da nota fiscal onde foi fornecido para o hospital. A partir do número de série, podemos encontrar a pessoa em vida que recebeu esse tratamento cirúrgico - afirmou Roger Ancillotti, chefe da perícia.

Nos sacos também há indicação de números de covas. Uma relação feita pela perícia descobriu 28 registros, todos de covas rasas das quadras 16, 18 e, principalmente, quadra 24 de um cemitério. Os peritos encontraram também etiquetas com um nome completo e mais oito incompletos, que estão sendo mantidos em sigilo.

Os ossos e restos mortais ocupam três salas do Instituto Médico Legal (IML). Eles devem ser devolvidos para o cemitério de onde saíram. Se não, os ossos vão para o Cemitério de Santa Cruz, onde são feitos os enterros de indigentes.

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