Pré-candidata do PT à sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, está tão otimista em relação ao tratamento para combater o tumor detectado em seu sistema linfático que investe nos planos políticos e admite até mesmo a possibilidade de antecipar a saída do governo para janeiro de 2010 para se dedicar exclusivamente à campanha eleitoral. Em conversas reservadas com amigos, no fim de semana, Dilma disse que, se tudo correr bem como preveem os médicos, o ideal será reforçar a maratona eleitoral a partir de janeiro, mesmo porque agora ficará difícil acumular as atividades.
Apesar do ânimo demonstrado por Dilma, tudo dependerá de seu estado de saúde e o assunto é tratado com extrema cautela tanto no Palácio do Planalto como no PT. O afastamento antecipado da ministra, porém, não é consenso. Enquanto alguns avaliam que ela ficará sobrecarregada se tiver de "carregar" as funções de gerente do governo com a candidatura logo após passar por um tratamento delicado de saúde, com quimioterapia, outros acreditam que sua permanência na Casa Civil até o prazo-limite ainda é a melhor vitrine para a campanha. Pela lei, a ministra deve deixar o cargo até 3 de abril de 2010, seis meses antes do primeiro turno da eleição presidencial.
Lula considerou "abominável" a especulação sobre a mudança de candidato do PT. Ficou ainda mais contrariado ao saber que a oposição vislumbra o PT ressuscitando a tese do terceiro mandato para ele, sob o argumento de que o partido não conta com outros nomes eleitoralmente fortes. Para o presidente, análises assim são "infundadas e desrespeitosas". No Planalto e na cúpula do PT não há, por enquanto, nenhum plano para troca de candidato.
- Após anúncio de tratamento contra câncer, Dilma descansa em Brasília
- Farra das passagens leva Câmara à semiparalisia
- Lula já sabia do tumor de Dilma Rousseff, informa Planalto
- PT continua a contar com Dilma para 2010, diz presidente do partido
- Para oncologista, chance de cura total de Rousseff é "altíssima"
Governadores e oposição articulam derrubada do decreto de Lula sobre uso da força policial
Tensão aumenta com pressão da esquerda, mas Exército diz que não vai acabar com kids pretos
O começo da luta contra a resolução do Conanda
Governo não vai recorrer contra decisão de Dino que barrou R$ 4,2 bilhões em emendas