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Rossoni: irritação com a divulgação de que o Ministério Público investiga se servidores de seu gabinete foram fantasmas | Valterci Santos/ Gazeta do Povo
Rossoni: irritação com a divulgação de que o Ministério Público investiga se servidores de seu gabinete foram fantasmas| Foto: Valterci Santos/ Gazeta do Povo

Deputados criticam o MP e a Gazeta

z Durante a sessão de ontem, vários deputados seguiram o mesmo discurso de Valdir Rossoni (PSDB) e também criticaram o fato de a investigação do Ministério Público Estadual (MP) ter se tornado pública – o que para eles representa uma condenação prévia dos parlamentares com servidores investigados. Até mesmo quem não é ci­­tado no procedimento do MP saiu em defesa dos colegas e criticou o Ministério Público e a Gazeta do Povo.

Leia a matéria completa

Nota

O deputado Luiz Eduardo Cheida encaminhou à Gazeta do Povo uma carta sobre as investigações do MP.

Leia na íntegra

Nota da Redação

Em busca do interesse público

A Gazeta do Povo esclarece que sempre se pauta, nas reportagens que noticia, pela busca do interesse da sociedade. A informação de que o Ministério Público investiga quase mil servidores e ex-funcionários da Assembleia por suspeita de terem recebido sem trabalhar, no entendimento do jornal, é um desses assuntos que merecem ser de conhecimento dos leitores. A Gazeta ainda esclarece que, em momento algum, prejulgou os deputados que têm funcionários sob investigação e que apenas noticiou que há uma investigação em curso, dando inclusive espaço para que os parlamentares se manifestassem.

Celso Nascimento

Vazamentos

O deputado Valdir Ros­­­soni, presidente da Assembleia Legislativa, responsabilizou ontem o procurador-geral da Justiça, Olympio de Sá Sotto Maior Neto, pelo vazamento antecipado de informações a respeito de investigações que o Ministério Pú­­blico realiza. Segundo ele, denúncias de que teria abrigado fantasmas em seu gabinete foram anônimas e que a apuração não foi concluída e nem comprovadas as supostas irregularidades.

Leia a coluna na íntegra

  • Olympio, procurador-geral de Justiça: acusado por Valdir Rossoni
  • Severo, irmão de Olympio e ex-diretor legislativo da Assembleia

Uma crise institucional entre a Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) e o Ministério Público Estadual (MP) foi iniciada ontem, após a divulgação de que promotores investigam quase mil servidores e ex-funcionários da Casa por suspeita de terem sido fantasmas entre 2003 e 2010. Os servidores são ou foram ligados a seis deputados estaduais – inclusive ao atual presidente do Legislativo, Valdir Rossoni (PSDB).

Na sessão de ontem da As­­­sembleia, Rossoni acusou o chefe do MP, o procurador-geral de Justiça Olympio de Sá Sotto Maior Neto, de não investigar o próprio irmão, Severo Olympio Sotto Maior, apesar de ele ter sido diretor legislativo da Assembleia até o fim de janeiro deste ano – período abrangido pela investigação do MP. Rossoni assumiu em fevereiro deste ano e não manteve Severo no cargo. O tucano ainda acusou Severo de ter sido um dos responsáveis por ilegalidades na As­­­sembleia e de manter vários funcionários irregulares.

As acusações de Rossoni fo­­ram feitas no mesmo no dia em que a Gazeta do Povo publicou reportagem revelando a investigação do MP. Além de funcionários ligados a Rossoni, servidores ou ex-servidores de pelo menos outros cinco deputados estão no alvo do Ministério Público: Reni Pereira (PSB), atual segundo-secretário da Casa; Nereu Moura (PMDB), que foi primeiro-secretário de 2003 a 2006; Luiz Eduardo Cheida (PMDB); Nelson Justus (DEM); ex-presidente da Casa; e Alexandre Curi (PMDB), ex-primeiro-secretário. Todos eles afirmam que não praticaram nenhuma irregularidade na contratação de servidores.

Ataque

Visivelmente irritado, Rossoni comentou o assunto ontem por três vezes: em conversa com os jornalistas, ao abrir a sessão e durante um discurso de Reni Pereira na tribuna. A primeira crítica do tucano recaiu sobre o fato de o MP ter "vazado" as informações sobre a investigação à Gazeta do Povo. Segundo ele, o Ministério Público deu publicidade a um procedimento que corre em segredo de Justiça, permitindo que parlamentares fossem "escrachados" sem haver nenhuma culpa comprovada contra eles – a investigação do MP, porém, não é sigilosa.

"É de se estranhar que o Ministério Público sirva-se a esse trabalho. Ao se noticiar que há uma investigação contra um deputado, parece que ele já foi condenado", declarou Rossoni. "É preciso respeito com este Poder e cautela ao vazar documentos para a imprensa sem que haja culpabilidade comprovada."

Outra reclamação do tucano se deu em relação ao fato de que a investigação teria sido motivada por denúncias anônimas, que ele atribuiu ao a ex-chefe do setor de segurança da Assembleia, Ede­­nilson Carlos Ferry – Tôca, como é conhecido, foi demitido no início do mandato de Rossoni como presidente. "O MP deveria investigar tudo, desde quando eu nasci, em 1952", ironizou. "Me parece que notícia contra o presidente da Assembleia vende jornal. Há pessoas que sentem prazer em me desmoralizar."

Rossoni deu a entender que uma dessas pessoas é o procurador-geral de Justiça. O motivo seria o fato de o tucano ter substituído o irmão de Olympio do cargo de diretor legislativo da Assembleia. "Será que o Olympio tem algum problema com o deputado Rossoni? Será que é porque eu demiti o irmão dele, que era um dos responsáveis pelo que acontecia na Casa? Por que o Olympio não abre uma investigação contra o irmão, que era diretor e tinha vários funcionários irregulares?", questionou. "Não vamos andar de joelhos para alguém que é sensacionalista e gosta de vazar informações à imprensa."

Procurada pela reportagem, a assessoria do MP informou que Olympio estava numa reunião durante todo o dia de ontem e que não foi possível contatá-lo para responder às acusações de Rossoni. Já Severo, que é servidor aposentado da Assembleia, não foi encontrado para comentar o assunto.

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