O presidente nacional do PT, Rui Falcão, negou ontem, em Curitiba, que a "limpeza" promovida pela presidente Dilma Rousseff em três ministérios, após seguidas denúncias de corrupção no último mês, tenha provocado uma crise entre o governo e os partidos da base aliada, em especial o PMDB. Para ele, as "substituições" em ministérios não afetarão a governabilidade da gestão petista, nem o modelo de coalizão nacional que conduziu Dilma ao Planalto. "Não há crise nos ministérios, os ministros continuam trabalhando, o PAC, o Minha Casa Minha Vida estão funcionando", minimizou.
Segundo Falcão, a presidente Dilma tem sido ágil em relação às denúncias e não está privilegiando partidos na "limpeza". "Quadros do próprio PT foram afastados no Ministério dos Transportes", lembrou. Indagado sobre possíveis ameaças do PMDB, em obstruir votações importantes para o governo como retaliação à postura da presidente, Falcão minimizou. Ele afirmou ter participado de uma reunião do Conselho Político, com a presidente e líderes de vários partidos da base governista na última quarta-feira, na qual alegou não ter percebido nenhuma animosidade que possa atrapalhar votações no Congresso. "Vários líderes se manifestaram e não senti nenhum tipo de ameaça ou divisão", garantiu.
Quanto a possíveis reflexos das divergências com PMDB, nas eleições de 2012, Rui Falcão disse que só discutirá o assunto em um encontro com o presidente peemedebista, Valdir Raupp, marcado para o início de outubro.
"Todos os partidos têm projetos de poder. Na hora certa vamos abrir o mapa do país e ver onde vamos compor, onde poderemos nos enfrentar", disse.
O petista afirmou ainda que o partido não teme a abertura de uma CPI mista no Congresso para investigar corrupção no governo. "É um instrumento legitimo da oposição, desde que tenha um objeto determinado. Tivemos várias no governo Lula que ajudaram o país", afirmou.
Cenário local
Rui Falcão participa em Curitiba de uma plenária do partido, que discute o planejamento para as eleições municipais do ano que vem. O presidente petista não quis comentar a migração dos deputados do PMDB estadual para a base do governo Beto Richa. Ele alegou desconhecer os detalhes da Assembleia paranaense. Quanto as eleições de 2012, Falcão afirmou que o PT está aberto para uma aliança com o ex-deputado Gustavo Fruet, desde que o ex-tucano filie-se ao PDT para disputar a prefeitura de Curitiba. Falcão ressaltou, no entanto, que esta é apenas umas das possibilidades avaliadas pelo partido, que tem três pré-candidatos (Angelo Vanhoni, Dr. Rosinha e Tadeu Veneri) à prefeitura.
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