O suplente de deputado distrital Geraldo Naves (sem partido, ex-DEM), envolvido no inquérito que investiga um suposto esquema de pagamento de propina no governo do Distrito Federal, conhecido como mensalão do DEM, deve assumir nesta quarta-feira (14) o mandato de deputado na Câmara Legislativa.
Preso desde fevereiro sob suspeita de participar de tentativa de suborno a testemunha do caso, Naves foi solto nesta segunda-feira (12) depois de decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ).
A vaga surgiu com a renúncia de Júnior Brunelli, no início de março. Brunelli ficou conhecido por aparecer nos vídeos do escândalo do mensalão do DEM de Brasília supostamente rezando após a propina.
Segundo o advogado de Naves, Ronaldo Cavalcante, já foram entregues os documentos necessários para a posse, que deve ser oficializada na edição do Diário da Câmara Legislativa desta quarta. Caso isso aconteça, Naves começaria o trabalho no mesmo dia e no próximo sábado (17) poderá votar nas eleições indiretas para o governo do DF, que foram convocadas pela Câmara para definir quem ocupa o cargo até 31 de dezembro.
O presidente interino da Câmara, deputado Cabo Patrício, confirmou o recebimento da documentação de Geraldo Naves e disse que não tem como impedir que ele participe das eleições indiretas, mesmo sendo citado no inquérito que investiga o mensalão do DEM. "Qualquer deputado eleito pelo povo tem condições de votar, independente do envolvimento dele no inquérito. Não tem como impedir", afirmou Cabo Patrício.
O advogado de Naves reforçou que o envolvimento no inquérito não vai interferir no mandato de Naves. "Ele é mais limpo do que qualquer um dos deputados que está na Câmara. A prisão pode ter sido legal, mas foi injusta", afirmou o advogado de Naves. A assessoria do suplente informou ao G1 que Naves descansa em casa, na companhia de familiares, e que só se pronunciará no plenário da Câmara.
Crise política
O Distrito Federal enfrenta uma crise política desde que a Polícia Federal deflagrou, em novembro de 2009, a Operação Caixa de Pandora. A PF investiga um suposto esquema de propina no governo distrital que envolveria o primeiro escalão do Executivo local, que levou à prisão e afastamento do então governador José Roberto Arruda (sem partido, ex-DEM) por tentativa de suborno de uma testemunha do caso em fevereiro.
Dias depois, o vice-governador Paulo Octávio renunciou ao cargo, assumindo interinamente o então presidente da Câmara Legislativa, Wilson Lima. Durante a prisão, Arruda teve o mandato cassado pelo TRE-DF por infidelidade partidária, deixando vago o cargo. Ele foi solto pelo Superior Tribunal de Justiça nesta segunda-feira (12), após dois meses preso.
Moraes eleva confusão de papéis ao ápice em investigação sobre suposto golpe
Indiciamento de Bolsonaro é novo teste para a democracia
Países da Europa estão se preparando para lidar com eventual avanço de Putin sobre o continente
Em rota contra Musk, Lula amplia laços com a China e fecha acordo com concorrente da Starlink