O primeiro-ministro português Pedro Passos Coelho negou, nesta segunda-feira, 20, que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tenha feito lobby pela Odebrecht ou por qualquer empresa brasileira. “O ex-presidente Lula da Silva não me veio meter nenhuma cunha para nenhuma empresa brasileira”, disse Passos Coelho a jornalistas, em entrevista transmitida pela Rádio e Televisão de Portugal (RTP). “Cunha” significa “lobby” em português de Portugal.
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“Para ser uma coisa que toda a gente perceba direitinho, é assim. Não me veio dizer: há aqui uma empresa que eu gostava que o senhor, se pudesse, desse ali um jeitinho. Isso não aconteceu. E nem aconteceria, estou eu convencido, nem da parte dele, nem da minha parte”, prosseguiu Passos Coelho.
Segundo a RTP, ao fim da entrevista coletiva, o primeiro-ministro português disse ainda que as autoridades judiciais brasileiras não pediram qualquer informação ao governo português sobre o assunto.
Segundo reportagem do jornal O Globo no fim de semana, telegramas trocados entre o Itamaraty e diplomatas brasileiros indicariam que Lula teria intercedido em favor da Odebrecht em Portugal e em Cuba.
Com relação a Portugal, em correspondência enviada em 2014, o embaixador brasileiro em Lisboa Mario Vilalva diz que “repercutiu positivamente na mídia” a declaração de Lula de que empresas brasileiras devem se engajar na aquisição de estatais portuguesas. Segundo o jornal, teria havido menção específica à Odebrecht em conversa privada. “O ex-presidente também reforçou o interesse da Odebrecht pela EGF (Empresa Geral de Fomento) ao primeiro-ministro Pedro Passos Coelho, que reagiu positivamente.”
O Instituto Lula respondeu que o ex-presidente jamais recebeu ou receberá por consultoria, lobby ou tráfico de influência, mas que recebeu apenas por palestras realizadas. O instituto disse ainda que Lula apenas comentou o interesse da empresa brasileira pela EGF, que já era conhecido.
Na semana passada, a defesa de Lula entrou com uma reclamação disciplinar no Conselho Nacional do Ministério Público para pedir a suspensão do Procedimento de Investigação Criminal (PIC) de que o ex-presidente é alvo por suposto tráfico de influência. Lula é investigado por suspeita de que a Odebrecht teria obtido vantagens com agentes públicos de outros países por meio de influência do petista, que deixou o Palácio do Planalto no fim de 2010.
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